segunda-feira, 8 de maio de 2017

A DOENÇA CELÍACA – INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN





FERNANDO AZEVEDO



“Medicina, ciência das verdades transitórias”. Essa definição é muito feliz, pois o que se aprende mos livros vai se modificando de uma forma tão vertiginosa que a expressão “o doutor fulano é atualizado” cai por terra pelo volume mundial de novas teorias e conclusões. O que o médico não pode e fechar o livro por um dia. Em referência à Doença Celíaca, aprendi no curso e vi pacientes com o quadro clássico de diarreia, e pela má absorção de alimentos, consequente desnutrição. Em defesa da manutenção da vida o organismo ia consumindo o tecido gorduroso e finalmente a musculatura e havia o sinal clássico da criança com o abdome distendido e “sem bunda” tal o esgotamento da gordura e musculatura. Com isso déficit de crescimento e morte pramatura. Com o decorrer dos anos e arredondando para 20 anos, começam com os avanços laboratoriais a descobrirem-se formas atípicas de Doença Celíaca e que hoje superam em muito as formas típicas. Vejam a quantidade de alterações atribuídas à intolerância ao glúten, proteína presente no trigo, centeio e cevada e dúvidas se na aveia. (Alterações neuropsiquiátricas (esquizofrenia, autismo, depressões graves levando até ao suicídio, epilepsia, demência) Anemia por deficiência de ferro não corrigível com reposição) Dermatites herpertiformes, aftas de repetição, infertilidade e abortos espontâneos, doenças reumatológicas, cardiológicas e renais, Síndrome de Down (alteração cromossômica), Diabete, baixa estatura e surgirão outras. O rastreamento se faz com dosagens sanguíneas de anticorpos classe IgA da antitransglutaminase e endomísio e diagnóstico definitivo por biópsia intestinal nem sempre accessível.  Feito o diagnóstico o paciente não pode ingerir nada que contenha glúten, mas o diabo é que pode haver contaminação desde o campo, na moagem, no armazenamento e empacotamento. Desde 2003 todas as embalagens de alimentos e medicamentos tem que colocar no rótulo CONTEM GLUTEN ou NÃO CONTEM GLUTEN. Diferente da LACTOSE onde pode haver uma intolerância temporária a intolerância ao glúten é definitiva.
Precisamos obrigar a propaganda de cervejas a maior patrocinadora de quase tudo no Brasil a trocar o BEBA COM MODERAÇÃO (no meu tempo de copo nunca conheci quem conseguisse) pelo CONTÉM GLUTEN E MUITO.

Um comentário:

  1. Nunca pensei que a doença celíaca pudesse ter consequências tão graves e perigosas. Obrigada pelo alerta!

    ResponderExcluir