segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

A ETICA NA MEDICINA E NA VIDA




FERNANDO AZEVEDO 



Leio hoje (3.2.17) na Folha de São Paulo uma coisa estarrecedora. Grupos de Whatsapp de médicos passando imagens e evolução da Sra. Marisa Letícia e logo onde: em São Paulo e no Hospital Sírio Libanês. Pior ainda, fazendo comentários odiosos à paciente e ao PT. Como pode! No juramento que se faz ao colar grau em Medicina, o Juramento de Hipócrates, há a promessa “meus olhos serão cegos e minha língua calará os segredos que forem revelados” Não se pode expor a vida de um paciente ao público. Por questões de convênios médicos nos obrigaram a informar o CID (Código Internacional de Doenças) para pagamento das contas. Todos os Conselhos Médicos do Brasil reagiram, mas foram derrotados. Informar o CID é informar a doença do seu cliente embora de uma forma mais fechada, mas isso não tem retorno. Temos direito à nossa privacidade e o médico tem que cumprir esse juramento que termina com a frase “se eu cumprir este juramento com fidelidade goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens, se o infringir ou dele ou dele me afastar suceda-me o contrário”. O Brasil precisa muito de médicos. O Brasil é um continente e tem uma enorme população desassistida por falta de interesse do médico em trabalhar em várias áreas assim como também pela impossibilidade de exercer sua arte com o mínimo necessário. Desnecessário dizer da safadeza, do roubo, da canalhice que assombra a todos nós com esses patifes que roubam o dinheiro da saúde e educação. O castigo está vindo porque o país passa a cumprir as leis que são aplicadas a qualquer pessoa e nunca os privilegiados admitiram isso. Uma viva a todos os juízes, procuradores e elementos que compõem a justiça do Brasil que realmente apresenta sinais de importantes mudanças na ética. A Medicina não pode ser massificada. Alunos existem aos montes, basta abrir uma espelunca qualquer e a lotação é esgotada. O que não existe é PROFESSOR e quando falo em letras maiúsculas dessa classe é porque esse elemento é da mais alta importância na formação do caráter na Medicina. Médico não precisa de luxos, de riqueza, basta-lhe o básico para uma vida digna. A Medicina hoje é um comércio horripilante e há porque não reconhecer, formação de quadrilha mesmo. Muito triste. Comenta-se muito sobre o erro médico. Ele existe e é obrigatório. Dizia Miguel Couto, grande expoente da Medicina que “só não erra o médico que nunca teve um cliente”. Temos sim nosso dia de azar e teremos que ter o máximo de atenção para que ele seja raro, mas jamais poderemos errar na ética, no respeito e na dedicação a quem precisa do nosso amparo. Se um hospital referencia mundial comete esse absurdo a preocupação é enorme. Punição severa é o que precisa ser feito para que desestimule uma repetição desse ato.

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