FERNANDO AZEVEDO
Viva a internet, não se pode nem pensar em viver sem ela, mas cuidado como que se vê e lê. Uma cliente me enviou um filme de uma entrevista em televisão primeiramente da repórter com a mãe de uma menina. Dizia a mãe que começou a notar na filha de oito anos modificação no corpo com aumento das mamas e pelos. Levou ao endocrinologista que atribuiu à alimentação, e questionou o que comia. Tinha hábito de dar diariamente um desses sucos de soja e à ela foi atribuída a culpa de tudo. Deixou de dar e em três meses a menina voltou a ter corpo de criança. Nunca vi uma mentira maior, digna de Pantaleão de Chico Anísio. Segue-se a reportagem com entrevistadores e um médico que afirma que por ter a soja estrógenos isso provoca a puberdade precoce e deixa os meninos com “o pinto pequeno”. Não da para acreditar numa coisa dessa e a noticia se espalha e cria o pânico. Veem-se claramente na reportagem três caixas desses produtos de soja com uma tarja no nome, mas que se sabe perfeitamente qual é a marca. Existe uma briga comercial muito grande entre produtos alimentícios e medicamentos. Um fala mal do outro. Algumas vezes no consultório chegam representantes de laboratórios concorrentes ou de leites concorrentes e eu brinco com a pichação que um faz do outro. A soja é uma leguminosa importantíssima em termos nutricionais. O Brasil o segundo maior produtor, os Estados Unidos o primeiro. Vocês acham que o mundo fabricaria produtos para malefícios do corpo? Ao contrário a soja tem na sua constituição elementos químicos de alto valor na prevenção de doenças cardiovasculares e câncer. É um produto que tem salvo muitas vidas dos famélicos africanos. Sugiro que leiam na Wikipédia a descrição sobre esse grão. Quanto a puberdade a faixa de normalidade é em torno de 4 anos. Nas meninas mais cedo(9 aos 13) nos meninos um pouco mais tarde(11 aos 14) e isso tem uma influência genética grande. Jamais poderá acontecer uma criança iniciar os sinais puberais e depois voltar ao corpo infantil é como se diz “fogo de morro acima e água de ladeira abaixo ninguém contem”. Quanto ao “pinto pequeno” com a descoberta do “ponto G” ele está supervalorizado.
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