segunda-feira, 10 de novembro de 2014

ESCLARECENDO A ESCARLATINA



FERNANDO AZEVEDO 

Existem no momento, sobretudo em duas escolas de ensino básico, casos de Escarlatina. A doença é importante? Claro que sim, aliás, como qualquer doença. É motivo de pânico? Claro que não, e é sobre isso que quero comentar. A Escarlatina tem esse nome pelo tom avermelhado mais vivo que assume a pele, diferente de outras doenças que também mancham a pele como o Sarampo, Rubéola, Mononucleose infecciosa, Dengue etc. O agente responsável pela Escarlatina é o Streptococcus pyogenes, ou Estreptococo beta hemolítico. Essa bactéria habita a garganta e uma cepa a eritrogênica (quanto nome difícil!) produz a Escarlatina. Outras cepas são responsáveis por amigdalites somente, febre reumática (a mais séria pela possibilidade de danificar válvulas do coração) e a glomerulonefrite difusa aguda, doença renal. Quando há um caso de Escarlatina deve-se ficar atento a outros, mas sem a paranoia que está de formando ou como foi formada, exigindo exames de secreção de garganta para a criança voltar às aulas. Não é bem assim, pois o que não tem nada na garganta hoje pode daqui a algum tempo vir a ter. Fica-se então atento a doenças febris para então focar uma atenção maior. Não se fecha colégio nem se faz quarentena. O estreptococo pode também habitar a pele e esses ferimentos, sobretudo nas pernas onde os insetos picam e a criança coça e inflama pode ser o seu habitat. É o impetigo, vulgarmente chamado de “pereba”. Essas lesões são contaminantes. O diagnóstico da Escarlatina é clínico. A criança tem febre, garganta inflamada, e rapidamente passa a apresentar a pele avermelhada com aspecto "em lixa", áspera, sobretudo no tronco e face e depois membros, e coçam muito, o que pode fazer  a mãe pensar que é uma alergia e retardar o tratamento. A língua apresenta características importantes, é a chamada língua de morango e a idade geralmente a de cinco anos pra frente. O diagnostico diferencial mais importante é com a Doença de Kawasaky que apresenta um quadro parecido mas que leva a lesões vasculares sobretudo coronarianas e temos que reconhecer e tratar com hospitalização e exames. O tratamento da Escarlatina também é simples com uma dose única ( e inesquecível ) de Benzetacil intramuscular ou com antibiótico via oral para aqueles que não estão com vômitos e apresentam um bom estado geral. Fiquem somente atentos mas não “apavorados”. Num ambiente onde existe um caso, espera-se por outros mas não existe EPIDEMIA como relatam.

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