segunda-feira, 2 de junho de 2014

CARPINA E CASA FORTE

FERNANDO AZEVEDO

Conta-se como verídico o fato de que nos anos 1940 um intelectual de Carpina- PE fundou um jornalzinho de duas páginas onde ele era o dono, o redator, o impressor e distribuidor. Escreveu um artigo advertindo sobre o risco da Segunda Guerra Mundial eclodir a qualquer momento se não fossem tomadas as providências recomendadas por ele. Quando se deflagrou o conflito ele “modestamente” disse PARTIU DE CARPINA O PRIMEIRO AVISO SOBRE A GUERRA. NÃO NOS OUVIRAM. Leio hoje no jornal o plano de saúde do candidato Paulo Câmara onde ele insere o programa DOUTOR CHEGOU. Não gosto do título, mas tudo bem. Acho que o meu também pode ser criticado, mas é abrangente. Essa minha proposta foi escrita num blog anterior tendo eu enviado a um deputado influente e sei que foi encaminhado ao secretario de saúde do governo anterior. Não sou inventor de nada, pois isso é assunto do Professor Pardal, mas sou vivido. Só um fanático político pode acreditar no programa MAIS MÉDICO. Não vale nada. Nada melhorará, mas claro que uma pessoa que não tem nenhuma assistência se receber uma atenção ficará devoto e dará seu voto. Copiando Carpina, PARTIU DE CASA FORTE o aviso sobre a situação da saúde no estado. Leia o blog MAIS SAUDE e o programa só não pode ser executado se houver má vontade e desinteresse pela população sofrida. É um trabalho de EQUIPE DE SAÚDE, pois um médico isolado nada pode fazer.··.

MAIS SAÚDE
FERNANDO AZEVEDO

Fernando de Noronha ainda era território federal. Havia um hospital, mas não tinha médicos. População fechada de mil habitantes. Havia um programa de a cada sete dias uma equipe médica constituída de um pediatra, um cirurgião/obstetra, um clínico e um laboratorista ser enviada para lá trabalhar. Fui numa dessas e achei uma experiência excelente. Detectei como Pediatra uma série de males comuns e em vez de esperar pelo paciente, fui onde morava e também através da TV Golfinho ensinei procedimentos simples de higiene, prevenção de acidentes etc. No governo de Cid Sampaio, década de 1960, trabalhei na Fundação de Promoção Social e era responsável com outros Educadores Sociais pela instalação de escola, gabinete dentário e posto médico em várias áreas pobres do Recife e região metropolitana. Adorei esse trabalho (era estudante de Medicina) que me mostrou um lado da sociedade que não conhecia e que me foi de enorme importância para a minha formação médica e de cidadão. Com 50 anos de atividade médica, fui testemunha de uma assistência bem melhor. As cidades do interior com médicos fixos e sem transporteterapia. Vinha para o Recife o caso complicado. Fiz parte também pelo INAMPS de caravanas para o interior com mais quatro ou cinco colegas numa Veraneio. Fazíamos um diagnostico da assistência oferecida e fazíamos as sugestões para a melhoria. Apelidávamos essas viagens de “Mascates do Saber” para nos distrairmos. Proponho ao governo de Pernambuco o MAIS SAÚDE. O MAIS MÉDICOS é e será um fracasso. Nada poderá fazer um médico isolado num rincão pobre embora consiga o voto do assistido e é isso o que o governo planejou e vai conseguir: somente o voto, mas nenhuma melhoria nos índices de saúde. O governo do estado poderá fazer muito mais. Um ônibus especial do MAIS SAÚDE com médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais enfermagem etc. com seus respectivos estudantes em fase final de graduação fariam parte dessa caravana de caráter permanente e revezamento semanal para ai sim, dar assistência a essa população sem esperança. O estado tem faculdades, o IMIP seria um grande fornecedor de mão de obra para essa finalidade, pois o Instituto de Medicina Infantil de Pernambuco é hoje de Medicina Integral. O planejamento poderia partir da capital ou do interior, pois temos bases acadêmicas em Caruaru, Garanhuns, Petrolina. O Exército, as bases da Polícia Militar e outras instituições seriam locais de hotelaria onde não houvesse hotéis conveniados. Mantendo o caráter permanente de assistência tenho a certeza do sucesso do programa Muitas doenças existem por falta de prevenção e um material didático bem feito com todos os recursos que temos hoje de mídia seria o remédio barato que o povo tanto

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