FERNANDO AZEVEDO
Sei que estou na idade
permitida para a rabugice, intolerância, mas numa autoanálise honesta
não sou assim. Sou risonho, gozador, brincalhão e mesmo no caixão me
deixem com um sorriso se eu ainda tiver dentes. O problema é que eu não
estou mais aguentando a cara de Neymar e Felipão. A impressão é que eles
encarnaram em mim e a toda hora os danados aparecem na minha frente,
esteja eu lendo uma revista ou vendo um programa de TV. São figuras
insuportáveis. Propaganda de remédio pra caspa que nunca tive cueca
calcinha quando só uso a velha samba canção e de preferência branca,
automóveis que não me interessa comprar e a família Scolari (à qual não
pertenço por ter origem portuguesa) a me chatear em propaganda de
telefone, avião e outras mais. É um saco. Adoro futebol desde menino.
Fui um bom goleiro de pelada pela minha altura e noção de rebote já que
erra pivô no basquete, e brincava também na ponta direita. Continuo indo
a campo escolhendo agora os que não tem privadas. Está chegando a Copa
do Mundo, evento que eu vibrava e enchia a casa de gente para a torcida.
Hoje não conheço ninguém. Todos jogam por times europeus e só dois
jogam no Brasil porque a Europa não os quer mais. Todos milionários e
não sabem nem onde é a América do Sul. A espoliação do nosso dinheiro
por esses políticos safados que fizeram mil negociatas em “aditivos”
para concluírem obras inacabadas me faz ficar rabugento e mal humorado o
que como disse no início, não é o meu perfil. O evento é grandioso, a
FIFA pode ser criticada pelas exigências que faz, mas entra no barco
quem lê o caderno de obrigações e assume cumprir tudo direitinho. O não
cumprir e criticar é mau caratismo, irresponsabilidade, insanidade e
tudo que se possa adjetivar. É um evento onde o capital é o principal
objetivo mas é a primeira vez de 1950 para cá que se vê tamanha
desorganização parte por ladroagem e outra grande parte por
incompetência desses ignorantes e sem vergonha que nos dirigem.
Distúrbio de rua na Copa? Claro que vai existir em profusão e não há
quem contenha. “É a voz das ruas” segundo a presidANTA. Apois ta certo.
Em Outubro também haverá a voz das ruas pelo menos dos que sabem ler e
interpretar textos concluindo que uma quadrilha assaltou o Brasil mas
que pouco a pouco vai sendo desmascarada. Melhor revogar a lei que
proíbe cobrir a face, pois vai ser difícil vocês ladrões andarem à solta
sem serem expulsos dos ambientes de trabalho e decência.
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