segunda-feira, 31 de março de 2014

DITADURAS


FERNANDO AZEVEDO

Estava eu com meus 14 anos em 1954 e estudando no Colégio Padre Felix. As aulas seguiam normais quando de repente vem a ordem do Dr. Rodolfo Aureliano proprietário do colégio para que todas as lições fossem interrompidas e os alunos fossem para o pátio. Ninguém sabia do que se tratava e o silêncio dominava o ambiente. De repente chega o diretor e de frente para os alunos diz em voz consternada: - As aulas foram interrompidas porque Getúlio morreu.
Ouve-se a voz alta de um gaiato: - Antes ele do que eu! Ai o momento de pêsames e silêncio virou uma bagunça não mais contida.
Voltei de Cuba recentemente onde fui passear no período do carnaval e escrevi quatro blogs sobre minhas observações. Poderia não ter a menor credibilidade e justificadamente. Como um turista pode formar opinião em tão curto período? Acontece uma coisa comigo quando viajo. Hoje com a internet procuro informações antes de seguir. Quando cheguei, muitas cenas e hábitos já eram do meu conhecimento. Outra coisa,é que sou um perguntador, um curioso que gosta de saber coisas do povo, da vida enfim. Em Cuba não consegui uma só conversa. Até o guia a quem dei uma camisa do Náutico de presente e o nomeei Presidente do Cuba Náutico Capibaribe nada me disse. Queria o seu nome para enviar uma correspondência oficial do Náutico com a nomeação. Coisas atenciosas somenteCalado saiu de fininho. Pedi a Larissa a nossa chefe de excursão e ela sabia apenas o apelido e enfim desisti. Com o povo na rua o único interesse deles é conseguir algum dinheiro e se alguém lhe abordar não espere outra coisa. Os músicos maravilhosos que ouvi, com a certeza a mais absoluta vivem dos trocados recebidos e venda de Cds. Falando nisso comprei quatro. Um mudo, outro esgasgado na primeira música e mais dois deliciosos. Não é má fé, é precariedade.
Há uma semana recebi de Regina Porto uma querida pessoa, um livro escrito por Samarone Lima, jornalista e escritor nascido no Ceará, mas vivendo no Recife e que recomento a todos vocês. VIAGEM AO CREPÚSCULO é um relato doloroso e apaixonante de um jornalista de extrema sensibilidade que realmente viveu um mês em Cuba, não como turista e sim morando com cubanos ora em quarto de aluguel, convivendo com estudantes de medicina, ora em casa da inesquecível Celeste e apresenta um riquíssimo relato sobre o que é a vida dos cubanos nesses 50 anos de regime ditatorial comunista. Quanto sofrimento e total impotência de reação, pois um mísero direito a um pão por dia não possibilita a luta contra um sistema onde os elementos do governo a aderentes vivem muito bem e o povo muito mal. Aconselho entusiasticamente que leiam esse livro, que se façam trabalhos escolares sobre o assunto para que se desmascare essa farsa de um “regime socialista” para onde segue o nosso dinheiro em bilhões de dólares tirando do nosso povo as melhorias a que tem direito para entrega-los a esses assassinos irmãos Castro e asseclas. Quem se junta a eles ou a qualquer outro regime ditatorial merece as condolências dos alunos do Padre Felix de 1954. A notícia das mortes desses deve ser motivo de risadas. Não merecem nada.

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