segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

CARNAVAL

FERNANDO AZEVEDO

Vem, vem meninada, vem conhecer o Galo da Madrugada! Vem conhecer caboclinhos, maracatus,blocos e manter essa chama cultural bem acesa. Cada vez mais fico encantado com a época carnavalesca, hoje participando mais do pré-carnaval e viajando desde o ano passado nos dias para atender os reclamos acumulados há quase 50 anos. Os blocos infantis cada dia maiores e com nomes ótimos, o Recife antigo. Falando nele custo a acreditar no que deu uma reunião de bloquistas comandado por Gerson e Murilo do Lilly, onde no Gambrinus se tocava violão e cantava músicas de frevos de bloco. Essa foi a semente e a ela dediquei o meu frevo de bloco Recife Antigo com várias gravações e hoje praticamente um hino de todos os blocos. Recife, Recife, ouço ao longe você me chamar, Recife me espera que outros blocos também vão chegar e por fim Madre de Deus toque os sinos, abre tuas portas Gambrinus que os blocos do Recife querem entrar. Aproveitem o máximo e em relação às crianças, fantasias leves que o calor está grande, hidratação permanente e cuidado com alimentação sem garantias de higiene. Domingo de carnaval sigo para Cuba. Eu não vou vão me levando como dizia a antiga marchinha carioca. Sei que será muito bom, pois vou com ótimas companhias e a ilha é linda. Vou com o olhar de cronista também e na volta conversaremos sobre o que vi
O blog retorna após o carnaval, pois quero todo mundo na rua e computadores desligados. Até a volta.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A MÃO E O PÉ

FERNANDO AZEVEDO
 
Outro dia estava conversando com meu primo Cacá (Ricardo Breno) a respeito de mediunidade, religiões, e chegando a uma conclusão que às vezes na vida um pequeno fato determina o sucesso de uma pessoa. Falávamos de “caveiras de burro” como se chamam alguns pontos comerciais que não dão certo, azares, sortes e destinos. Muitos valores sem serem reconhecidos e aí abordei o mundo musical com tantos talentos que não conseguem um espaço e tantos medíocres que chegam lá. Dentro dessa conversa entrou Lula cuja mãe foi uma retirante por não ter um companheiro à altura e que levou num pau-de-arara a filharada para São Paulo. Coragem de mãe mesmo. Filhos do mesmo pai e da mesma mãe, todos (estou dizendo Lula e irmãos) tornaram-se trabalhadores braçais e pela pobreza e ócio, alcoólatras. Dentro da prole, lá vem a mão que pega um que mantendo a ignorância passa como líder metalúrgico a ser usado como um intermediário entre a peãozada e os poderosos, misturado entre Romeu Tuma e os grevistas. Com inegável e incrível habilidade vai ganhando projeção e torna-se Presidente do Brasil. Não se pode negar o valor, a qualidade e a liderança para lidar com pobres, e ricos empresários. A grande decepção é que estava entranhado na sua formação moral maus costumes que um estadista não deve tê-los. O exemplo da falta de estudos foi tido como um troféu, a bola de ouro dos futebolistas, o grande prêmio. Os sucessivos porres públicos estimulou o comportamento igual de seus pares e a roubalheira, parte por mau caratismo mesmo, e parte pela incompetência, tornou-se o apanágio dessa cambada de sem vergonhas que nos dirige. Os intelectuais petistas de primeira hora, idealistas de um projeto político e social (houve um tempo em que eu quase comprava uma passagem nesse navio) abandonaram o barco imaculado e dos porões onde estavam escondidos, saíram Malufs, Sarneys e Roseanas, Renans, Rosemarys, Martas, Cabrais e outros escatológicos parasitas que estão consumindo o nosso erário e dando os piores exemplos a uma juventude que passa a achar também que o modelo é esse. Nenhuma atenção ao saneamento, à educação e à saúde do povo com programas que realmente tirem o brasileiro da miséria, mas fácil distribuição de dinheiro para consumo de alguns itens de conforto, e com isso desestímulo para produzir, para sair do caos, da ignorância e do despreparo. Dar a Lula títulos de Doutor Honor is Causa diminui em muito os grandes valores que receberam esses títulos. O dele tem o cunho comercial e bajulatório. Você Lula, recebeu a mão que puxa as pessoas para cima, mas errou em não aproveitá-la exceto para enriquecer a si e a seus companheiros, alguns na Papuda. Cuidado agora com o pé, sim Lula o pé na bunda, ele mesmo. Ele é vigoroso!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

SÍNDROME DE DOWN

FERNANDO AZEVEDO


Tenho uma relação de afeto especial com as crianças e adolescentes Down. A minha impressão é que são depositadas neles todas as bondades do mundo, toda a honestidade que se devia ter e não se tem, e um amor pelas pessoas sem falsidade, bem claro e transparente. Na minha vida de Pediatra e esse ano completo 50 anos, tenho um contato mais frequente com Isabela que já anda pela casa dos 25 ou mais e não me deixa nem eu a deixo e é um dia premiado quando ela vai ao consultório e sempre termina o papo com um muito obrigado que derrete qualquer coração. Antigamente muitos não viviam muito pelas complicações das cardiopatias hoje corrigidas. Não eram muito estimulados porque também não eram muito evoluídas a Fisioterapia, a Fonoaudiologia, a Odontologia, TO e outras ciências que fazem parte da Equipe de Saúde. Ninguém é ninguém sozinho. Os colégios precisam avançar e neles ainda há uma enorme precariedade e só alguns recebem crianças especiais o que é lamentável. Uma coisa importante foi a modificação do comportamento dos pais e da própria sociedade. Antigamente qualquer criança que não pertencesse aos padrões “normais” era escondida pela família, não frequentava escola nem a própria sociedade e com isso não alcançavam nenhum progresso. As coisas mudaram felizmente e ai está a APAE, o AACD e outras entidades que dão todo o apoio aos que apresentam dificuldades com audição, visão. Aos que tem problemas de locomoção o Brasil está na idade média. Não há calçadas decentes, os carros adaptados são raros embora tenha havido progresso nos projetos arquitetônicos com a exigência de rampas e elevadores, mas ainda é muito dura a vida dos cadeirantes no país. O assunto de hoje é uma referência ao comportamento da família do governador que recebeu com o maior carinho e orgulho o pirralho Miguel a quem dou também as boas vindas.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

NOVAMENTE O TDAH

FERNANDO AZEVEDO

Recentemente repassei uma matéria a respeito do assunto. Tratava-se de uma declaração do Prof.Leon Eisemberg, americano, nome respeitadíssimo na ciência psiquiátrica e que morreu em 2009 de câncer de próstata. Dizia a reportagem que antes de morrer teria ele dito que o TDAH doença estabelecida por ele em 1968 “era o principal exemplo de doença fictícia” e refere-se o artigo também à vida luxuosa vivida por ele graças à indústria farmacêutica que vendeu toneladas de medicamentos para essa doença. A reportagem é chocante porque mistura o valor científico do Professor, sua confissão de culpa e a grande soma de dinheiro que ganhou com seus conceitos. Saibam todos que a relação médicos, sobretudo os pesquisadores e laboratórios existe e a própria revista der Spiegel afirma que dos 170 médicos que trabalharam na elaboração do Manual of Mental Disorders, 56% tinham ligações com a indústria farmacêutica.  Li vários depoimentos de pacientes e pais rotulados como TDAH em si próprio ou nos filhos, alguns favoráveis e outros desfavoráveis ao uso da droga. A teoria que admitia ser a doença genética caiu tendo o Professor declarado meses antes de morrer ser o TDAH uma doença psicossocial determinada pelos meios como os pais, professores e pessoas ligadas à vida de uma criança a conduzem na vida e que trabalhar esses comportamentos leva muito mais tempo que prescrever uma pílula. Outra psiquiatra escreve uma coisa interessante: “Deixar a criança ser mais Rita Lee (sorrir, cantar) e menos Rita Lina”. Não tenho a menor pretensão de estar contestando diagnósticos, mas não aceito que numa consulta ou num breve tempo, sem um levantamento psicossocial bem feito se condene uma criança a tomar Ritalina para abestalha-la. Nos Estados Unidos chega a 10% a incidência da doença e isso não pode ser verdade. Defendo ardorosamente o TDPCC (transtorno de déficit de paciência com criança). As famílias se desestruturam a olhos vistos. Faltam as babás de outrora que muito ajudaram no amor às crianças (a minha morreu recentemente com 92 anos, minha inesquecível Zefa) faltam avós, os colégios não toleram nenhuma criança “diferente”, os próprios pais não enxergam que os filhos não são iguais e querem estabelecer um padrão único de educação e aí se torna super prático dar um comprimido e deixar o pirralho quieto. O tratamento surte o efeito desejado e a criança enquadra-se perfeitamente no diagnostico. Nada disso, o menino está drogado, nada mais que isso, e por quanto tempo? Algumas prescrições de clientes meus deixam o menino “descansar” nos fins de semana e nas férias. O menino tem direito a aporrinhar os outros por 2 dias e nas férias? O transtorno existe, mas não é epidêmico nem contagioso. A sociedade como um todo é que está ruim basta ler os jornais e noticiários televisivos no Brasil e no mundo. Gerações destruídas! Surge agora o moderno TOD ou Transtorno opositor desafiador. A contestação por parte da criança, a oposição a argumentos seja em que lugar aconteça é doença e não um traço de inteligência e personalidade. Fui com certeza um TDAH ou um TOD não tenho a menor dúvida, pois quem na minha época estudou em seis colégios já viu! O problema é que eu não conseguia me interessar por assuntos desinteressantes e pulava a janela sem nenhum arrependimento até hoje. Acho que o colégio, a escola em geral, poderia ser um agradável centro de convivência explorando o conteúdo básico, mas sem a neurotizante busca de resultados de conteúdos inúteis. Não se ouve falar em jogos escolares, em artes em geral, é só competição. O curral não aceita um potrinho irrequieto e não descobre talentos. Querem somente os retratos dos carecas nos jornais e não fazem ideia do stress que os jovens passam. A vida é dividida em fases. Felizmente estou na ultima, mas com o espírito da primeira, “da minha infância querida que os anos não trazem mais”.