segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

ORAÇÃO A SANTA CECILIA

FERNANDO AZEVEDO

LIVRAI-ME SANTA QUERIDA /DE TANTA IMBECILIDADE/A MÚSICA É PARTE DA VIDA/ MAS NÃO ESSA MEDIOCRIDADE/E ESSES COMPOSITORES/QUE O BRASIL OUVE E DELIRA/SÃO NA VIDA UNS IMPOSTORES/QUE A MÍDIA NOS ATIRA.

Santa Cecília é a padroeira dos músicos e só pedindo a ela uma proteção. Na coluna de Ancelmo Gois (JC 9.1.14) leio essa noticia que não vou classificar de estarrecedora porque a mediocridade no Brasil só aumenta. Vejam as pérolas: “PAIS SAFADINHO. Acredite: Sabe qual foi segundo o ECAD a música mais tocada em 2013 nas boates e casas de show? Louquinha, dos sertanejos João Lucas e Marcelo. Um trecho: Louca louquinha/Dá uma empinadinha/Dá uma agachadinha/Você tá soltinha/Que é isso gatinha? Em segundo lugar ficou Amor de chocolate de Naldo. Um trecho: Eu não tô de brincadeira/ Eu meto tudo, eu pego firme pra valer/Chego cheio de maldade/Eu te ligo e chega a noite/Vou com tudo e vai que vai/Tem sabor de chocolate/O sexo que a gente faz. E finalmente: o terceiro lugar foi Gatinha assanhada de Gustavo Lima. Um trecho: Gatinha assanhada/Cê ta querendo o que?/Eu quero mexer/Eu quero mexer”.
Na minha visão tudo começou no desgoverno Collor. A esposa adorava dupla caipira e levou as famigeradas para o Palácio do Planalto. A partir daí essas porcarias foram se multiplicando e tomando conta do cenário musical brasileiro. Haja Xitãozinho com Chororó, fulano com beltrano, todos com o mesmo timbre insuportável. Melodias e poesias de jogar no lixo, mas de tanto ouvir, o povo foi assimilando e exigindo a presença deles nos grandes eventos. Nessa esteira veio o funk e outras coisas escatológicas.
Por vergonha sumiram os grandes compositores e poetas, e não vejo mais produções boas da velha guarda. Os samba enredo não dizem mais nada e os temas são patrocinados por governos, uma vergonha. As deliciosas marchinhas cariocas se acabaram e mesmo a Fundição Progresso realizando concurso todo ano não extrai nada de valor. Não há renovação nos nossos frevos, ninguém divulga nada. Compor pra que?

Tá muito ruim Santa Cecília. Veja se da um jeito nisso porque tem muito Faustão por ai com muitas horas de programa e nesses não são convidados os grandes instrumentistas e cantores (as) brasileiros. É uma lastima. 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O OLÉ E O ROLÉ.



FERNANDO AZEVEDO
 
Minha primeira viagem ao Rio de Janeiro foi em 1949. Entre as atrações turísticas estava o Maracanã, o maior estádio do mundo que vimos por fora, pois ainda estava em obras para a Copa do Mundo de 1950. Essa foi a minha primeira Copa. Barbosa Augusto e Juvenal, Bauer Danilo e Bigode, Friaça (substituto de Maneca) Zizinho, Ademir, Jair e Chico. Esses eram os nossos guerreiros. O Brasil ao pé do radio, famílias inteiras reunidas. A cada vitoria mais entusiasmo e orgulho pátrio. No jogo com a Espanha houve um fato interessante. O Brasil ganhava de goleada, todo o estádio vibrava a cada gol e um homem baixinho chorava. Como pensaram que ele era espanhol começou uma xingação. Ele explicou; - Não sou espanhol. Sou brasileiro, e choro porque a música que vocês estão cantando é minha. Todo o estádio cantava Touradas em Madri de João de Barro o Braguinha. A final fatídica foi comovente, o Brasil chorava de meninos a velhos e eu nos meus 10 anos de vida passava pela maior “primeira emoção”. Seguiram-se outras, 1954, 1958. Aí surge Pelé um adolescente de 17 anos. Em 1962 o bicampeonato com a maestria de Garrincha, a enciclopédia Newton Santos e o possesso Amarildo de Nelson Rodrigues.  Em 1970 o tricampeonato no México visto de junto pelo meu irmão Luciano que voltou encantado com tudo, sobretudo com a cordialidade entre as nações e a receptividade do povo mexicano. Seguem-se as outras até chegar a nossa vez de novamente sediar esse magnífico evento esportivo. Só que agora a Tourada é outra, não é mais a de Braguinha. A tourada está nas ruas com os Black-bloks e o Olé foi substituído pelo Rolé ou rolezinho para os íntimos.  O país não tem mais ordem. O PT e seus ladrões nos avacalharam para o mundo. Ali Babá não conseguiu abrir os jogos pan-americanos e a Presidenta foi barrada na Copa das Confederações. A vaia foi intensa, imensa. Na minha escola primária cantava o Hino Nacional Brasileiro com o maior orgulho e isso me fez amar esse meu país que vejo ser entregue a ladrões rasteiros e medíocres. O mundo está decepcionado com tudo que vê e teremos tempos quentes em Junho. Os jogos que sempre foram uma fonte de integração se desintegraram. O medo de ir para as ruas é grande e a FIFA suspende os eventos públicos com telões sobre os jogos. Os patrocinadores sofrem os danos. Em qual país existe rolezinho? Perdemos esse jogo. Não interessa o placar das pelejas e não haverá a virada no segundo tempo. Muito triste!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

BOA PRAIA

FERNANDO AZEVEDO

“Quem é de fato um bom pernambucano” como dizia meu saudoso amigo Luiz Bandeira não sai da terrinha em Janeiro. Sai do Recife. Recebem os parentes que moram fora e os turistas de todo o Brasil superlotam nossas praias. Alguns querem realmente repouso e outros badalação passando o dia dormindo e curtindo a noite e esse é o grupo dos adolescentes que não aparecem na praia e voltam das férias só com o banho de lua. Alguns cuidados para não perderem a alegria de umas férias planejadas vale à pena serem lembrados.
1. Se seu filho enjoa em viagem de automóvel meia hora antes de viajar dê uma dose de DRAMIN gotas – assim ele provavelmente dormirá e chegará muito bem.
2. Alimentação – um bom café da manhã é prudente. Depois na praia entram os picolés, água de coco para uma boa hidratação e não dê de forma alguma alimentos suspeitos como peixe, ostras, camarões etc. que se deterioram facilmente. Leve numa caixa térmica sucos, frutas aquosas como melancia, abacaxi e periodicamente ofereça à meninada.
3. Em praias superpovoadas não perca de vista o pirralho e uma identificação numa pulseira é prudente. O números de crianças que se perdem em praia é alto.
4. O sol faz bem antes das 9 horas, mas depois dessa hora o protetor solar é uma boa. Não use os sprays, pois não fazem uma boa camada protetora.
5. As praias do interior ainda têm muitos insetos e os repelentes e inseticidas são válidos, sobretudo na parte da tarde quando aparecem mais. A pele já agredida pelo sol, quando picada por mosquitos que provocam coceira provocam às vezes inflamações importantes e lá se vai a temporada tão esperada.
6. Não confiar em boias de braços. A corrente leva a criança. Mesmo os que sabem nadar devem ter o maior cuidado com correntezas e não brincar com c0olchões infláveis etc.
7. Todo cuidado com atropelamentos por jet-sky, barcos em geral, autos e motos que invariavelmente invadem as praias do nosso litoral.
8. A turma da balada tem que tomar umas e outras com moderação sendo às vezes nas férias que começa o hábito da bebida e que segue em frente na volta às aulas.
9. Lembrar que os pais dormem até tarde, pois curtem a noite, que as piscinas de casa ou hotel são um chamariz para os pequenos.
10. Boas férias.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

TOPLESS E MAMAÇO

FERNANDO AZEVEDO

Quer um grupo de mulheres de Ipanema ter o direito de andar com os peitos de fora e acho que é uma reivindicação a ser julgada. Mas vamos aos fatos. Diz esse grupo que do jeito que existe o MAMAÇO, elas também tem o direito de expor seus seios. Ora minhas caras senhoras, o mamaço surgiu para a defesa da criança, sobretudo, e pela paixão das mães pelos filhos, coisa muito nobre que não da para ser comparada a coisa vulgar. Algumas mães sofreram o constrangimento de ao amamentarem seus filhos em local público serem advertidas e solicitadas a saírem do local. Coisa de imbecil que nunca teve mãe, que foi cuspido e não parido. Juntaram-se então mães bravas e marcando reunião através de redes sociais realizaram em diversos locais o que ficou conhecido como MAMAÇO. O ato é lindo e incomparável. Uma criança que tem fome é saciada pelo insubstituível leite materno. Ao se olhar essa cena é como aplaudir uma peça teatral em cena aberta. Uma criança deve ser parada para assistir, e copiar quando chegar sua vez de ser mãe. Voltando ao peito aberto e livre ao sol não tenho nada contra, mas acho que vai dar confusão. Se quiserem tomar sol tem sempre um lugar mais reservado para isso. Acho o nu em quadros e fotos uma arte, mas dentro da bela arte existe também a vulgaridade, o mau gosto. O ato de amamentar é lindo em qualquer lugar. Essa é a profunda diferença. A exposição do corpo é um problema de cada cultura no mundo. Os indígenas andam completamente nus e não há nada demais. Nas escolas de samba no carnaval estão todas com os peitos de fora e ninguém liga mais. A mulata globeleza também está nua e as muçulmanas com burca não deixando um centímetro de pela mostra. Ofende-me somente a comparação de um topless vulgar com o mamaço.