terça-feira, 25 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL E FELIZ ANO NOVO

FERNANDO AZEVEDO

Mais um ano se vai e sempre com otimismo a gente vai levando a vida. De forma honesta, sem ganância que pode trazer sérios riscos, procurando estar de bem com todo mundo. O PEDIATRIA E ARTE que tanta alegria me deu pelos comentários sempre favoráveis recebidos não vai ao ar nos dias 24 e 31. Repouso para quem escreve e quem lê e depois a gente retoma. O blog está ai, sendo lido por incrível que pareça no mundo todo. Parece esnobação, a repetição do Pernambuco falando para o mundo da Radio Jornal. Mas não é que é verdade? Vai ao Canadá, vai à Rússia também. Não é mole. A todos vocês tudo de bom, divirtam-se, tirem férias!

 Um abraço forte.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

OS MOSQUITOS E OS REPELENTES

FERNANDO AZEVEDO 

Com a chegada do franco verão e férias, começa a temporada de praia, campo etc. Roupa máxima um short e a pele livre para os mosquitos que aumentam nessa época e adoram um corpo nu. Crianças pequenas entre 1 e 2 anos são o prato preferencial e depois dos 8 a 10 anos é que essas alergias a picadas vão desaparecendo. Mãos a obra então para não perder seu fim de semana com o pirralho se coçando e não deixando você dormir depois de ter tomado sua birita e conversado noite adentro. O melhor em medicina é evitar a doença, mas é difícil nesse caso. Tome então algumas atitudes para minorar a situação 
  1. Corte bem as unhas das crianças para evitar ferimentos ao se coçarem. 
  2. Repelentes  geralmente são bem tolerados e existem várias opções no mercado, mas faça um pequeno teste na pele antes de usar em toda a superfície exposta. 
  3. Telar a casa é uma boa, mas nem sempre viável. 
  4. Mosquiteiros a ar refrigerado dependendo de cada posse 
  5. Inseticida tipo SBP sem a presença da criança, permitindo depois de uma hora. 
  6. Se você tem casa em praia ou campo experimente plantar citronela perto dos ambientes de maior convivência, mas veja a direção do vento que tem que soprar a favor do lugar onde ficam as pessoas. Você encontra em diversas casas que vendem plantas. O cheiro é uma delícia, mas os insetos não gostam. 
  7. Os insetos principais são os voadores tipo muriçoca ou maruim, mas formigas, pulgas, percevejos (se você tem animais que podem estar contaminados) pode ser causa também. Se a criança acorda com lesões novas verifique o colchão. Pichilinga de pombo que gosta de fazer ninho em caixas de ar refrigerado é uma praga. 
  8. Usar roupas que cubram pernas e braços se for suportável. 
Se não conseguiu evitar a picada então vamos tratar: 
  1. Lavar bem as lesões com água e sabonete 
  2. Usar cremes locais que diminuem o prurido (Cutisanol gel, Andolba, Caladril loção) Várias aplicações ao dia. 
  3. Antialérgico oral se o prurido é intenso (Polaramine, Hixizine). 
Faça essa farmacinha e deixe na casa. Mesmo naquela de ser convidado e voltar no dia seguinte é bom levar pra não gastar o do anfitrião que pode deixar de convidá-lo. 

BOM VERÃO.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A TRISTE QUEDA DA AMAMENTAÇÃO


FERNANDO AZEVEDO

Tenho acompanhado com muita decepção a queda dos índices de amamentação no Recife e lógico que também no Brasil. A Pediatria como ciência tem início no ano 1884 quando na Alemanha inicia-se o ensino com a nomeação do Prof Otto Heubner Jr.  No Brasil os Profs. Carlos Arthur Moncorvo de Figueiredo (pai e filho) são os pais da Pediatria brasileira. Em 1910 funda-se a Sociedade Brasileira de Pediatria e começa a formação dos  nossos Pediatras. Uma das maiores preocupações dos nossos formadores foi a amamentação, mas os resultados ainda eram pequenos. A escravidão fornecia as “amas de leite”. As senhoras da sociedade por status e pudor não amamentavam e com isso a mortalidade infantil por diarreia no primeiro ano de vida era enorme. Na minha geração graças ao trabalho dos nossos mestres e a continuação pelos novos pediatras começou-se a ter índices altos e mudança de comportamento das mulheres, que amamentavam seus filhos em público sem nenhuma  vergonha e melhor ainda com orgulho. Fernando Figueira quando secretário de saúde em Pernambuco (anos 60) proibiu mamadeiras em toda a rede pública. Recém nascido tinha que mamar na mãe e não tinha mais conversa. Surgiu nos Estados Unidos que também vivia o mesmo problema a Liga do Leite e que se multiplicou pelo mundo. Mães que amamentavam visitavam as comunidades e falavam do benefício da amamentação exibindo seus filhos e relatando que não adoeciam.  Solicitamos a artistas da TV que em vinhetas das emissoras amamentassem, foi criada no Rio de Janeiro a associação Amigos do Peito. Em outros estados a coisa também pegou e aqui temos um grupo que lidera isso com “mamaços” públicos. Me orgulhava de no consultório ter praticamente 100% de aleitamento materno. Assisto agora um decréscimo importante na amamentação e bebês saem das maternidades mais afamadas da cidade com prescrição de leite em pó ou às vezes já tomam nos berçários. Logo num local onde o nível intelectual é maior? Não dá para aceitar. Outra coisa triste é a porcentagem de partos cesáreos chegando perto dos 100%. Na primeira consulta o obstetra já avisa que não faz parto normal, só com data marcada. Aí os berçários se enchem de crianças que nascem ainda imaturas por mais que as ultrasonografias mostrem que o feto está maduro. Que nada! Maduro ele está quando começa a querer sair. Lógico que certas mulheres devem por situações especiais fazerem partos operatórios, mas quase todas? É hora de repensar, voltar às campanhas de amamentação e não permitir que a indústria alimentícia ganhe essa facilmente. Finkelstein um dos pioneiros da pediatria alemã já dizia “Criança que mama não adoece e se adoece não morre”. Não existe verdade maior.

CÓDIGO DE HAMURABI (1730 -1685 aC)

Artigo 194 – “Se alguém der seu filho a ama de leite e o filho morre nas mãos dela mas a ama sem conhecimento do pai e da mãe aleita outro menino, deverá cortar-lhe o seio”
Não cheguemos a tanto.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ALERGIA, ASMA E ANIMAIS.


FERNANDO AZEVEDO

Toda pessoa tem o direito de gostar ou não gostar de bichos. Tudo bem! Agora, parem de implicar com eles, pois vão perder a briga. Nos prédios discute-se o porte do animal: os pequenos podem e os grandes não podem morar no condomínio. Se a razão é o incômodo pelo latido o argumento é fraco, pois tem raças de pequenos que latem por qualquer coisa e grandes que são companheiros e quase mudos. Não poder andar com suas próprias patas tendo que ser carregado também não está colando, pois agora no Rio de Janeiro Nélida Piñon ganhou na justiça uma causa e o juiz sentenciou que o cão é morador do condomínio e tem seus direitos de “cidadão”. Pode ANDAR sim.
Mas vamos para a Medicina. Os alergistas implicam com nossos amigos e responsabilizam os mesmos pelas crises de asma do seu cliente e quem acredita dá ou abandona uma figura importante na formação espiritual de uma criança. Leio agora saído do forno, que a Academia Americana de Pediatria (pesquisa na Universidade da Califórnia) que “o contato com micróbios transportados por cachorros pode imunizar crianças contra asma” e pesquisa feita na Áustria “mostrou que o contato com animais desde o berço diminui a incidência de alergias” De acordo com o estudo, “se a mãe tem bichos desde antes da gravidez e a criança também convive com animais desde o nascimento a chance de desenvolver alergias é menor. Isso explica a menor incidência de doenças alérgicas em ambientes rurais, onde a população convive com bichos durante toda a vida”.  “As doenças alérgicas estão aumentando no mundo ocidental entre as famílias de poder aquisitivo mais alto porque há muito controle de ambiente”

RAZÕES PARA SEU FILHO TER UM AMIGO DE ESTIMAÇÃO:

11)      Aumenta a capacidade afetiva ( diminui o stress,incentiva a prática de exercícios, desenvolve a capacidade afetiva e até ajuda nos estudos)
22)      Melhora o desenvolvimento e socialização (pesquisa do americano Prof. Robert Poresky, Professor de Estudos da Família da Kansas State University provou que bichinhos de estimação aumentam o desenvolvimento cognitivo social e motor dos pequenos).
33)      Fortalece as defesas – trabalho na Universidade Warwick (inglesa) afirma que crianças se recuperam mais rápido de doenças se tem um animal em casa.
44)      Previne alergias – trabalho do alemão Joachim Heinirich mostrou que crianças que convivem com cachorro em  casa tem menos risco de terem alergia a pelos, pólen, poeira e outros elementos alergênicos que crianças sem cães.

Blog dedicado à minha querida cliente e amiga Luciana Valois. HEI DE VENCER!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

OLHA AI O VERÃO GENTE!


FERNANDO AZEVEDO

Chegou mesmo o verão, férias à vista, e nordeste com suas praias e resortes tornam-se um programa obrigatório para os daqui e os de fora. Vão ai algumas noções e conselhos como aproveitar melhor e sem risco o bendito sol.
Saibam algumas coisas. Existe o que se chama fototipo que se gradua de I a VI. Isso dependendo da cor da pele. O I seriam os branquelos mesmos, o tipo europeu louro e de olhos azuis e o VI seria o africano, o chamando preto retinto.  Os números mais baixos são mais propensos ao câncer de pele,  e o VI mais resistentes pela alta taxa de melanina. Os vira-latas como eu e outros desse querido Brasil miscigenado  graças aos queridos portugueses (quero minha cota) ficam na categoria intermediária.
Todos, no entanto devem se proteger, sobretudo no horário das 10 às 15 horas e ai vão alguns apetrechos: chapéus, bonés, óculos, roupas com proteção UVC, guarda sol lembrando que areia, piso, água e até neve são potentes irradiadores do sol.
Aplicação de filtro solar 30 ou mais alto meia hora antes de exposição e renovação a cada duas horas. Não usar sprays que protegem muito pouco. Usar os cremes e em camada mais espessa. Proteger lábios e orelhas
Existe o chamado CAPITAL SOLAR que é a capacidade da pessoa tolerar a exposição ao sol e quando esse” dinheiro acaba” a pele envelhece , enruga e fica mais propensa ao câncer. Criança até seis meses não deve usar protetor pois o sol é altamente benéfico no horário adequado e por 20 a 30 minutos de exposição. Os maiores por permanecerem mais tempo é que são o alvo pois o câncer de pele aumenta na infância e sobretudo na adolescência e em meninas. As câmaras de bronzeamento são totalmente contraindicadas.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A CRIANÇA/ADOLESCENTE E O PSICÓLOGO


FERNANDO AZEVEDO

 Os resfriados, pneumonias, meningites  que tanto ameaçam a vida dão trabalho, mas a cura pode ser completa. Lógico que me preocupo muito com a doença orgânica pelo imediatismo de resultados cobrados pela família e pela nossa angústia de ver o mais breve possível a criança restabelecida e novamente pronta pra o que der e vier. Dureza é a doença psíquica. Está virando uma doença epidêmica e o dano é imensurável, pois é uma doença crônica, progressiva. O corpo está lindo, mas a cabeça que é o nosso GPS para a vida pode estar danificada para sempre o que trará prejuízo social e profissional, pois afeta o que mais importa no corpo da gente: o equilíbrio emocional. Nota-se cada dia mais crianças tristes, cobradas, competitivas, agressivas.  Na escola a nota 10 sempre esperada e exigida, quando criança não deveria ter nem nota nem reprovação que só traz soberba para uns e tristeza para outros e  ambos serão vítimas desse desempenho para mais ou para menos. Se participam de alguma atividade esportiva não seguem o espírito olímpico do Barão de Coubertin “o importante não é vencer, é competir e com dignidade” e a criança não está participando por não ter físico apropriado para o esporte que gosta. Tudo tem visão profissional. Esses problemas são a mim trazidos e me pedem a indicação do psicólogo, mas como mudar a criança se não muda o meio ambiente? Os pais, avós, o núcleo familiar enfim é a principal causa do desajuste psíquico, mas as pessoas não querem participar, não tem tempo, não se entendem entre si, brigam na justiça por pensões... Se o desajuste é na escola o que acontece com frequência, também não encontram um ambiente compreensivo e acolhedor. Ora minha gente a psicologia tão necessária para ajudar essas crianças/adolescentes cai por terra sem obter os resultados a que se propõe num tratamento. O abandono das consultas de acompanhamento é quase uma rotina. Comparo com o tratamento contra obesidade quando não se procura uma nutricionista para mudar todo o comportamento alimentar de uma família. Não se obtém resultados sem essa colaboração. Na obesidade, se chega à morbidez,  faz-se a cirurgia bariátrica com estatística favorável, mas não rigorosamente favorável. Mas que intervenção se pode fazer num cérebro obeso de problemas? Precisamos mudar: “Yes, we can”.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

VOU-ME EMBORA PRA QUIXABA


FERNANDO AZEVEDO

Vou-me embora pra QUIXABA/ lá feliz eu serei/ lá tenho a escola que quero/ com impostos que paguei.

A Escola Estadual Tomé Francisco da Silva, no município de QUIXABA, sertão pernambucano venceu o prêmio de gestão escolar 2012 prêmio NACIONAL, consagrando-se como ESCOLA REFERÊNCIA BRASIL  em gestão escolar. É uma notícia realmente surpreendente. Entrei no Google e fiz um tour pela pobre cidade sertaneja. Vejam o filme. Na minha infância havia escolas públicas de referência em Recife tais como o João Barbalho, a Escola Experimental Barbosa Lima no Parque Amorim onde minha irmã fez todo o curso primário (atualizem o nome, por favor) e o famoso Ginásio Pernambucano onde os alunos tinham vagas garantidas nas universidades não por cotas, mas por qualidade do ensino. No interior sabia-se também de excelentes escolas em Pesqueira, Vitoria de Santo Antão e outros municípios. Ser NORMALISTA era uma honra, e o cuidado com o ensino infantil uma meta. Degenerou tudo, as escolas são vergonhosas em todo o estado, no Recife e no Brasil e a profissão de Professor uma das mais importantes de um país completamente desestimuladas por baixos salários e péssimas condições de trabalho. Como querer é poder, lá vem Quixaba mostrar que o exemplo pode ser seguido em todo o estado e na capital. O reaparelhamento dos prédios e um novo estímulo aos docentes podem transformar nosso Pernambuco e servir de exemplo a todo o país. A presença dos pais na integração com a escola parece ser o ponto de partida. Trabalhei no governo CID SAMPAIO numa repartição chamada Fundação da Promoção Social e o objetivo era justamente esse, o da implantação em comunidades pobres da escola e do serviço médico e dentário. Trabalho social notável com participação de todos. Parabéns Governador e Secretário de Educação. Parabéns a todos os que fazem de QUIXABA um orgulho nacional. Que o exemplo se espalhe e que a disputa saudável entre os municípios pernambucanos torne-se um novo alento para a educação do nosso povo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A TIMIDEZ


FERNANDO AZEVEDO

Estabeleceu-se um padrão na sociedade que o sucesso na vida, na profissão, depende do poder de comunicação que o jovem tem, da sua capacidade de liderança escolar e com isso, ficou estabelecido que os tímidos são crianças e adolescentes com tendência ao fracasso. Para “tratamento” dessas pessoas são criados cursos para que se desinibam, e ai la vem treinamento em oratória, teatro, tratamento psicológico e outras coisas mais. Ora, cada dia mais se entende que as pessoas são diferentes e é necessário que sejam diferentes. Com os anos vividos e la se vão setenta e dois, quantas pessoas “falantes” que conheci não se impuseram culturalmente ou economicamente e quantos calados chegaram la. Há uma preocupação familiar e escolar quanto aos tímidos, aos que no recreio ficam quietos lendo, assistindo a brincadeira dos outros e comunicando-se com si mesmo num estado de completa harmonia interior. Lendo a Folha de São Paulo encontro esse tema abordado pela psicóloga Rosely Sayão de forma muito interessante tomando por base o livro O Poder dos Quietos da escritora Susan Cain com enorme sucesso de vendas. Nesse mundo competitivo a timidez passou a ser encarada como problema quando nada mais é que uma característica a não ser em casos especiais, sobretudo de mudança de comportamento repentino ou duradouro. Deixem em paz os “calados”

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

LEILÃO DA VIRGEM

FERNANDO AZEVEDO

Leilão era uma delícia e a Rua da Conceição na Boa Vista era o paraíso dos leilões. Objetos, móveis, uma série interminável de itens eram expostos para o bater do martelo do leiloeiro. Conheci muito o LEILÃO MAIA, pois era Seu Maia, sogro do meu irmão. Foi sucedido pelos filhos Paulo e Manoel. Às vezes o leiloeiro ia a residências e ali vendia todo o mobiliário, roupas, tudo enfim. Essas eram casas muitas vezes de estrangeiros que voltavam aos seus países ou em caso de mudanças do dono para outro estado etc. Preços ótimos, verdadeiras pechinchas. Na minha sala de espera do consultório onde tenho uma série de quinquilharias, todas foram adquiridas em leilões. Uma coisa eu, no entanto nunca tinha visto: LEILÃO DE CABAÇO. É verdade! Uma moça de família nobre chamada Catarina Migliorini do sul do Brasil, virgem, (é exigido o atestado médico) vai dar a xoxota a um japonês que deu o maior lance no leilão internacional: R$1.500,00. O ato sublime será a bordo de um avião, não sendo permitido beijo na boca e será obrigatório o uso de camisinha, sendo também proibido pelo regulamento qualquer inspiração no livro OS VÁRIOS TONS DE CINZA. Parece que não haverá fiscal na cabine do avião. Dizem as más línguas que japona não é bem dotado e com todo esse regulamento e exigências, turbulências aéreas etc. é capaz da loura ítalo/brasileira não sentir nem cosquinha. Lembro-me de uma anedota quando perguntaram a uma onça: “Onça, qual é o seu maior desejo”? E ela: “Vestir um casaco de pele de puta”. Vai Catarina satisfaz a bichinha, já que você não sabe o que vai fazer com o dinheiro. Doação de órgãos hoje é um gesto da maior grandeza e sua pele deve ser linda. Seu cabaço, no entanto é uma coisa sem importância e deveria ter sido entregue na idade que julgasse melhor a um namorado enamorado, apaixonado, que beijasse todo seu corpo numa prova de intensa devoção deixando as marcas de amor nos seus lençóis.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A DISCIPLINA E A FORMAÇÃO DE BONS HÁBITOS



FERNANDO AZEVEDO

A origem da Pediatria como ciência, com Professor etc. nasceu na Alemanha no fim do século 19. A mortalidade infantil era de tal ordem que passaram a estudar melhor a criança que era tratada como um adulto em miniatura. Já escrevi que existe uma descrição da Medicina como “ciência das verdades transitórias” e é isso mesmo. Os conceitos vão mudando e por isso quem se mete nela não pode parar de ler. Como disse acima a Alemanha impôs uma disciplina extremamente rígida, por exemplo, em relação a alimentação. Criança tinha que comer em horários fixos. Hoje não, respeita-se a livre demanda. Certos hábitos, no entanto não podem ser negligenciados. O local de comer não pode ser o sofá da casa com a TV ligada.O aviãozinho ainda existe e é de um ridículo sem par. Geralmente um bom vômito é a resposta. Alimentar uma criança que dorme não tem nexo. A disciplina dos banhos, do escovar os dentes e outras coisas do dia a dia é importante. O horário de dormir e o local do sono. A criança faz a memória de onde dorme. Se dorme no braço,  ao colocar na cama acorda  e la vai para o braço de novo ficando estabelecido o caos. Nada demais o acalanto a música suave, mas a criança deve ser colocada sonolenta no berço e não mais sair. Se acordar, com toda ternura tem que ficar na cama. Ah! Não da pra agüentar! Da sim, é só imaginar que vai ficar muito pior se não fizer isso. Perca algumas noites e garanta um futuro definitivamente melhor.Criança dormindo meia noite e acordando meio dia saindo direto para a escola? Só dizendo: “Que esculhambação é essa?” Dormir na cama com os pais é gostoso, mas pode ficar para sempre e conheço caso. Lugar de criança é no seu quarto depois da fase de bebê. Cumprimento de horários é um grande investimento para o futuro. Nenhum patrão vai aceitar atrasos, avião não espera. Artista que atrasa show falta com respeito ao público e tudo isso está na origem, na organização da casa. E os consultórios? Como paciente não consigo manter o bom humor ao ser atendido duas horas depois do horário combinado. Mantenho muita regularidade e disciplina no meu trabalho até porque criança não agüenta a espera sobretudo se doentinha. Combinar horário para o atendimento é fundamental. Fui aluno do CPOR e achei excelente a experiência. Acho que o serviço militar obrigatório deveria ser obrigatório mesmo. Ia botar nos eixos muita gente e os rebeldes no xilindró que não é nada confortável. Depois de muita disciplina então gozar as merecidas férias que ficam com outro sabor.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O URSINHO TED

FERNANDO AZEVEDO

Não vi o filme, só sei pelo que leio em jornais e revistas, mas a polemica está grande. Trata-se segundo o resumo, do desejo de um adulto de dar vida a seu ursinho Ted, companheiro de sua infância. Acontece que o ursinho torna-se devasso, fumante, bebedor, pornográfico, e outras coisas mais. Dizer que o filme não é bom ou não é divertido não posso. Vejam o trailer no youtube em inglês ou legendado. Censurá-lo? Impossível, qualquer criança acessa no computador. Só para maiores de 18 anos? Outra briga besta. O que quero abordar é que nasci em 1940. O pós-guerra me pegou ainda na infância e adolescência sobretudo, e não houve menino/rapaz da minha geração que não fumasse ou não bebesse. Alguns mantiveram o hábito até hoje. Raríssimos não se deram bem e por esse motivo não prosseguiram. Acho sem a menor dúvida que a literatura infanto-juvenil é perigosa porque faz cabeças. Os filmes americanos me induziam a pensar que todo mexicano era bêbado, traiçoeiro, tinha sempre uma arma escondida pronta para matar um. Torcia pelos cowboys na matança dos índios porque esses incendiavam com flechas as carruagens com pessoas totalmente inocentes dentro delas e por ai vai. Sobre a segunda guerra mundial frequentemente faziam dos alemães completos imbecis e dos americanos grandes heróis. Depois veio a Juventude Transviada com James Dean e em seguida o rock de Elvis e é quando você começa a ficar mais maduro e vai separando o joio do trigo e fazendo análises retrospectivas. O marketing exerce um poder enorme e se não fosse tão importante as empresas não o usariam. A criatividade dos marqueteiros é para o bem ou para o mal. Ora se exalta ora se aniquila uma causa. O slogan “Melhoral, é melhor e não faz mal” veio em contradição a um anuncio em um jornal que dizia que em uma cidadezinha do interior um cidadão tomou um Melhoral e morreu. Tudo porque a empresa se negou a fazer propaganda no jornal. Na política vê-se também esse poder. Aproveitando o meio artístico usaram a imagem de Sandy a eterna virgem para propagar a marca de uma cerveja justamente de nome contraditório à sua conduta: DEVASSA, derrubando ou tentando desconstruir a imagem até então formada , para que outras pessoas seguissem seu exemplo e deixassem de ser caretas. Quando se escreve para crianças e adolescentes deve existir seja em livros, filmes, revistas etc. uma grande preocupação com a mensagem que se passa. Não recomendaria TED, mas assistam e opinem. Um ursinho tão inocente até agora, de repente torna-se um péssimo exemplo. Não gostaria que para a criança que não me abandona fizessem isso. Não mexam nas imagens do meu Pato Donald, Pluto, Mickey, Pateta, Zé Carioca. Eles são puros e inocentes. Quero eles sempre assim.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O NOVO RECIFE ANTIGO


FERNANDO AZEVEDO

Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste
Criança, não verás nenhum país como este  (Olavo Bilac – Soneto à Pátria).

Tenho a convicção que o Instituto Recife no Espinheiro onde fiz a escola primária foi o berço para o meu patriotismo além do outro berço que tinha em casa. Fazia parte do orfeon e cantava todos os hinos nas solenidades que lá haviam. Dentro do meu sentido de pátria vem a pernambucanidade, meu amor pelo Recife e minha reverência ao Espinheiro que foi meu bairro de nascimento, infância e juventude. Com tia na Boa Vista, outra em Apipucos e o consultório do meu pai na Guararapes, ia fincando raízes por essas regiões. Na vida boêmia de rapaz exercitada com toda a competência fui espalhando minha cidadania pelo bairro de São José e bairro do Recife onde a vida noturna era intensa. Com o passar dos anos comecei a assistir a decadência desses lugares e como dizia Luiz Bandeira “é de fazer chorar”. Que decadência, quanto maltrato, quanto desamor e irresponsabilidade dos que por ela são responsáveis. Domingo passado tive a convicção da ressurreição do Recife ao conhecer a Central de Artesanato. Que espaço maravilhoso e bem planejado! O terraço à beira do cais é deslumbrante e lá do outro lado a arte de Francisco Brennand. Nos jornais de hoje a noticia da demolição do prédio da Conab e a maquete de instalação de um hotel e uma marina para 200 barcos naquele espaço. Daqui a alguns meses chega o Museu Luiz Gonzaga e depois vem a estação de passageiros que receberá milhares de turistas vindos pelos navios internacionais e nacionais. Agora o Recife renasce. Restaurando o Recife antigo com sua linda arquitetura, obrigatoriamente caminharemos para a recuperação de Santo Antonio e São José e voltaremos a ter orgulho de ser dessa cidade de clima ameno e afetividade calorosa. Que venha um novo prefeito preparado para colocá-la no colo e trata-la apesar de centenária, como uma criança que chora forte e alto avisando a todos que quer ser bem cuidada.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A INFÂNCIA, A JUVENTUDE E AS ELEIÇÕES.

FERNANDO AZEVEDO

Nunca consegui me interessar por televisão. Seria talvez o ultimo objeto a comprar na montagem de uma (minha)casa. Passo até vergonha por não conhecer os temas e personagens de novelas etc. Assisto a meu joguinho somente e raros eventos. Com isso quero dizer que jamais assisti o tal do Guia Eleitoral, mas sou leitor compulsivo de jornais e revistas. Ai vejo as propostas: UPAS, Upinhas, Upinhas especializadas, Hospital da Mulher, Segurança, Polícia e vai por ai num permanente caça voto de adultos. Uma parceria publico privada que envolve o saneamento do estado é tratada a pontapés, atacada a pedradas mesmo sendo um ato de governo estadual e não uma decisão municipal. Não vejo (nos jornais) nenhuma proposta para justamente diminuir o dinheiro gasto na medicina assistencial, curativa, em troca do uso dele na medicina preventiva e na educação. Sabe-se que um cidadão é a projeção de uma criança até os seis anos de idade. É nessa faixa etária que toda a preocupação de um governante tem que estar focada. No programa saúde da família (PSF) não existe o Pediatra, justamente o elemento de maior importância na assistência à comunidade, pois tem habilitação para cuidar da prevenção da gestação em adolescentes, da gestação planejada, da amamentação, da alimentação infantil,da recreação, das imunizações, da saúde escolar, da prevenção de acidentes, das noções de higiene e mais uma série de itens que deixo para reflexão. O Pediatra deveria ser o capitão do time do PSF, mas nem na regra três, no banco de reservas ele fica. O Pediatra não é o FOI ELE QUE FEZ, MAS É ELE QUE FAZ.  Um país saudável não pode ficar desprezando a saúde e a educação de suas crianças que assim vão parar na delinquência e superlotar as FUNASES do país, escola de crime e violências. Um país saudável não abre cadeias. Extingue-as por falta de público. Agora mesmo vivendo o dia-a-dia dos bandidos mensaleiros e essa corja de salafrários que roubam justamente desse país maravilhoso fortunas que podem ser investidas na base de sua população, é que a revolta toma conta de todos que fazemos uma página limpa na nossa história. Será que um dia criaríamos o PCri. B? o Partido da Criança Brasileira permitindo a filiação de todas as pessoas de bom senso ligadas à educação e saúde infantil tais como médicos, enfermeiras (os), assistentes sociais, psicólogos, professores, artistas, pessoas estatutariamente sem mandatos renováveis para darem 4 anos de dedicação exclusiva a uma causa e com isso conseguir influenciar mais uma equipe que segurasse esse bastão como numa corrida de revezamento. A Lei da Ficha suja foi uma conquista social importante, mas tem sempre umas escapadelas e estamos com vários exemplos nessas eleições .Já passei da idade da obrigatoriedade de votar, mas não faltarei a uma eleição, pois é nessa hora que ninguém pode se omitir no sonho de fazer um país melhor. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

TOMAR CAFÉ COMO UM REI, ALMOÇAR COMO UM PRÍNCIPE, JANTAR COMO UM MENDIGO.


FERNANDO AZEVEDO

Vocês não imaginam a quantidade de crianças que saem de casa sem tomar o café da manhã. A alegação é que não da tempo, que chegará atrasado ao colégio, que o trânsito é caótico etc. Na verdade não é nada disso, é falta de disciplina, de método de vida. A criança ou adolescente que sai em jejum para o colégio (ou mesmo o adulto para o trabalho) está se prejudicando do ponto de vista nutritivo. A primeira refeição com leite e derivados, soja, cereais, frutas, etc. é extremamente saudável e importante. A substituição lá pelas nove ou dez horas por um lanche no colégio (pizzas, pão de queijo, batata frita, salgadinhos com refrigerantes) termina prejudicando também o almoço. Nessa refeição entram as proteínas das carnes os sais minerais das leguminosas, verduras, as fibras vegetais tão importantes para um bom funcionamento do intestino (também há um grande número de casos de prisão de ventre nessa meninada). Um jantar com a velha sopa tão portuguesa e tão nossa, uma macaxeira, inhame, batata e um sono às 22 horas permite uma digestão fácil e seguramente um apetite matinal seguro. Reveja suas rotinas na casa, acorde pelo menos 15 minutos antes e faça um belo café da manhã. Nos hotéis a gente não aproveita tanto? Está provado em pesquisas que as crianças que jejuam pela manhã têm rendimento escolar bem mais baixo e se associam prisão de ventre o humor desaba. Não é à toa que as anemias por carência de ferro surpreendem quando pedimos esses exames e não é possível acontecer isso em pessoas que tem comida em casa.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O POLÊMICO PARTO DOMICILIAR


FERNANDO AZEVEDO

Vamos retroagir. Foi a nossa geração de pediatras a primeira a entrar na sala de parto graças à luta dos pediatras nossos professores. Foram décadas de debates até arrombar a porta, pois os anestesistas se consideravam preparados para reanimar o recém-nascido e os obstetras assistiam mãe e filho até a queda do cordão umbilical. Ai entrava o pediatra. O pediatra evoluiu para neonatologista e o generalista fica fora da competência para a especialidade. Uma rotina também eram as parteiras, cada maternidade com a sua, senhoras experientes com centenas e milhares de partos feitos e assistidos. A sociedade vai se modificando, o tempo escasso é o argumento para a operação cesariana que era um procedimento de reserva,  e passa a ocupar o evento principal chegando ao absurdo número de mais de 90% dos partos hospitalares na rede privada. Muitos obstetras na primeira consulta dizem logo à cliente que não fazem parto normal. Como o mundo é redondo e da muitas voltas a sociedade se organiza e defende seus direitos sobre o corpo.  A mulher quer parir em parto vaginal EM CASA.  Surgem as enfermeiras especializadas e as doulas, acompanhantes e confortadoras das parturientes. Tenho acompanhado com muito interesse essa discussão, pois tive três filhos em partos normais e continuo ferrenho defensor dele e da amamentação exclusiva. Assisti não uma vez, mas inúmeras, complicações de um parto ao colocar a mulher deitada e sobre anestesia peridural ou raquidiana. Para tudo. Vem as manobras agressivas com o anestesista montado sobre o ventre a aperta-lo e espremê-lo não sabendo que lá dentro há um bebê. A festa lá fora muitas vezes foi interrompida com a notícia do péssimo estado ou morte do neonato. A mulher que faz parte do grupo do parto domiciliar se prepara, conversa, convence-se e colabora. A família tem uma participação especial no conforto à parturiente. Tenho conversado com essas mães e visto filmes que são feitos pelo grupo e realmente emociona. Nascimentos lindos. Risco? Sim como em qualquer evento. A diferença é que as cartas são postas na mesa e a parturiente participa da decisão. O que não entendo é a classe médica estar reagindo ao ponto de considerar infração ética (no Rio de Janeiro) a ajuda pelo médico nas situações de emergência. Proibi-los de participar, proibir hospitais de receber parturientes em dificuldade. No Barão de Lucena vi vários partos no taxi. Chegavam já com a criança nascida. Essa é a via natural. Esperar o trabalho de parto, esperar o rompimento da bolsa e não marcar data para esse acontecimento.  As gestações de alto risco são outro assunto. Essas têm que ser acompanhadas com muitos exames e observação rigorosa e muitas vezes o parto cirúrgico se impõe. Só para complementar os partos nos EEUU, Europa, Canadá são vaginais e sem anestesia. E não é lá o PRIMEIRO MUNDO?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

LIVROS INFANTO JUVENIS


FERNANDO AZEVEDO

No sábado 25.8.12 fui ao museu do estado para assistir o lançamento pela Cepe de premiados livros infanto juvenis. Ganhei meu dia. Apesar da chuva intensa uma multidão compareceu e era uma alegria para as crianças assistirem uma “contadora de estórias” interagindo com elas, participando com a família daquele evento que só o bom e o bem pode produzir nas suas cabecinhas. É fundamental desenvolver na criança o interesse pela leitura. Veja bem, estudar não é ler, mas ler é estudar. O estudo pela obrigatoriedade de conhecimentos muitas vezes que não perduram, é diferente da leitura que por ser voluntária e prazerosa torna-se ao final um estudo. Li o livro premiado de Maria Amélia Almeida, A CASA MÁGICA, onde se percebe a importância do afeto na vida familiar, na disciplina de vida que é um investimento no prazer eterno de existir. Maria Amélia impregnou-se de coisas boas e inesquecíveis de sua infância, e transporta para o livro todo o lirismo dos cheiros de bolos que se sente ao folhear as páginas, da educação primorosa que recebeu e que se transformou em bônus, em poupança para a garantia de um futuro solidário que repassa como Professora para essas gerações que acompanhou e que ainda cuida. O amor por uma boneca que é um ser vivo, permanece por uma existência. Não se compara ao amor por um personagem temporário de TV. Seu relato talvez represente uma advertência à quase inexistência hoje dos laços familiares entre pais, filhos, avós e netos que são o alicerce sólido para uma construção de valores sociais da educação, respeito, solidariedade, valores importantes para a vida digna e desprendida de desejos materiais exagerados. Na vida basta uma boneca amada, ela não nos abandonará.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

CIRURGIA: AMIGDALAS E ADENOIDES-TUBOS DE VENTILAÇÃO


Algum avô ou avó da faixa dos 70 anos ou mais tem amígdalas? Duvido. As infecções da garganta, todas rotuladas como amigdalite, são as mais frequentes nas crianças. No nosso tempo, tempo do início da aplicação da penicilina era difícil tratar infecções em termos gerais. Como as amigdalites  eram as mais repetitivas operavan-se para evitar infecções futuras. Era a verdade da época, totalmente posta abaixo hoje. Acontece que as amígdalas palatinas, linguais, adenoides fazem parte de um sistema linfoide que reage a infecções virais e bacterianas (maioria virais) e não seria a cirurgia capaz de evitar as repetições. Todo esse sistema nos é muito útil, é como um filtro no inicio das nossas vias respiratórias e que nos presta grande serviço. Retira-lo é pecado. Qual a verdade de hoje? Ainda pode haver casos cirúrgicos, mas são bem raros. Em primeiro lugar temos uma antibioticoterapia bem mais eficaz, bem tolerada em uma ou duas doses por dia e tratamentos de no máximo 10 dias. Em segundo lugar o entendimento que é raro nas crianças a necessidade de usá-los, pois a maioria é de origem viral e usar antibiótico é prejudicial. A amigdalite purulenta atinge as crianças geralmente acima dos três anos e esses casos apresentam sintomas mais tóxicos com queda do estado geral, dor, vômitos etc. Como a criança têm infecções repetidas as amígdalas e adenoides crescem e prejudicam a respiração nasal. A criança baba dormindo, tem o sono intranquilo, acorda pela manhã ressacada, prejuízo escolar e pode se notar também déficit de atenção, o falar mais alto, ouvir  televisão com som mais alto que o normal, responde com “o que?” quando lhe fazem perguntas. Esses casos em que o volume do tecido é exagerado, muitas vezes requer cirurgia, só de adenoides ou também deamígdalas e muitas vezes colocam-se os tubinhos nos ouvidos para arejá-los. A melhora é surpreendente. Fica, no entanto essa possibilidade como último recurso, pois ultimamente tratamentos com sprays nasais de corticoide, sobretudo nas crianças que tem rinite alérgica, associada a hipertrofia de adenoides, resolve bem o caso.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

UM TRISTE FIM DE JANTAR


FERNANDO AZEVEDO

Cada dia saio menos à noite, o boêmio faleceu não de causa ignorada, mas porque não existe mais (quem souber me avise) um local para se ouvir uma boa música, um bom cantor, violonista, pianista como havia antigamente. Um bar de papo, sem televisão sem videoclipe, sobretudo de dupla sertaneja. Bar que não tenha garçom nos empurrando casquinho de caranguejo, coxinha de galinha etc. Vai chatear outro!  Limito-me então a sair vez por outra para jantar. Sábado passado depois de um ótimo papo com meus queridos amigos Ligia e Helio Beltrão na Praça de Casa Forte, não mais que de repente, passam duas meninas adolescentes correndo e gritando e eu imaginei que estavam brincando de pega ou coisa assim. Ao pararem na esquina onde era a inesquecível Água de Beber, percebemos que não era isso. Elas falavam alto, gritavam, tombavam e vieram de novo em nossa direção. Ai abraçaram a mim e a Helio e gritavam e riam e logo em seguida correndo novamente caiu uma delas por cima de um carro. Veio outro rapazinho de uns 16 anos e as levou para um edifício vizinho. Como é que pode! Estou cada dia mais impressionado com o alcoolismo na juventude. Não que tenha sido santo, muito longe disso. A minha desculpa é que na nossa geração do pós-guerra os filmes americanos nos induziam a beber e fumar. Era o charme. Não se tinha absolutamente ideia dos malefícios do álcool e do cigarro. Hoje a consciência é outra, a coisa está clara, a dependência cada dia é mais precoce e danosa. Festas de quinze anos não funcionam sem álcool e depois de experimentar uma coisa experimenta-se outra e assim vemos a classe média e alta cada dia mais envolvida no uso e até no tráfico. A culpa está dentro de casa mesmo não adianta negar. Está faltando o papo esclarecedor e a ausência justificada pelo trabalho dos pais está sendo compensada pelo uso dos ipad, ipods, iphones, computadores e outras cositas de consumo que pensam ser compensadoras. Grifes, materialismo puro em lugar de convivência. O eufemismo que o que importa é a qualidade da convivência e não a quantidade. Mentira! Desculpa esfarrapada que está colocando a criança e o adolescente no consultório do psicólogo e psiquiatra que jamais resolverá a questão pois o ambiente não se modifica. Esperar do colégio a corresponsabilidade da educação não tem sentido. Sua finalidade é o ensino, o preparo intelectual. Sábado fui a um supermercado e na minha frente duas jovens com duas garrafas de vinho. A caixa ia colocando na sacola e uma delas recusou. Fez questão de sair com as garrafas à mostra. Tá braba a coisa.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A MENTIRA


FERNANDO AZEVEDO

O espetáculo de mentiras que estamos assistindo por parte de advogados que mentem defendendo  mensaleiros canalhas e seus chefes estúpidos, sem caráter, sem princípios, assassinos (Celso Daniel está ai e também fazia parte do bando), o pacto de silêncio entre os sórdidos, motiva escrever sobre a mentira. Ela é uma coisa normal na criança pequena entre dois e seis anos e deve ser tratada de forma delicada. O mundo mágico da criança onde ela cria personagens inventa propriedades, conversa com amigos que ninguém vê (o espiritismo considera mediunidade) deve ser tolerado sem maiores preocupações, mas também sem estímulos. Com o tempo acaba. A criança pequena muitas vezes se escuda na mentira para se livrar de violências. “Quem quebrou meu celular?” Se a criança honestamente se acusa e leva uma surra ela prefere mentir e assim se defende e como deu certo ela continuará mentindo. Muitas vezes a convivência com uma sociedade de nível econômico elevado faz com que a criança ou já adolescente minta sobre a sua situação para tentar o alpinismo social. Os pais tem que conversar com delicadeza e reservadamente com a criança que começa a usar a mentira frequentemente. A educação hoje está muito terceirizada, pois os genitores passam o dia fora de casa. Sabe-se pela neurociência que o adulto é a projeção da criança com seis anos de idade dai a necessidade do investimento na educação nesses primeiros anos. É o maior investimento que uma nação e uma família podem fazer para um futuro. Se conhecermos a ficha familiar dos canalhas a que me refiro no início pode estar certo que não tiveram fundamentos morais na sua criação. A mentira torna-se patológica, mas às vezes ela é inocente e não traz nenhum prejuízo social e até diverte. Conheço família de três gerações de mentirosos. O fato distrai e muitas vezes se faz a rodinha para provocar o mentiroso. Os programas humorísticos criam personagens como Pantaleão (grande Chico Anísio).No Náutico havia um que era piloto amador do aeroclube. Contava ele que um dia quis fumar e o isqueiro estava sem o fluido. Colocou então combustível de avião e ao acender o dito cujo, ele saiu voando. De outra vez, fez uma viagem para um engenho e trouxe de presente uns potes de mel.. Não volta já chegando perto do aeroclube percebeu que estava sem gasolina e mais que depressa, para poder chegar, colocou o mel de engenho no tanque. Ao aterrissar notou que as hélices faziam um barulho muito estranho. Quando abriu o tanque de combustível estava cheio de rapadura. Era um barato conversar com ele, mas coitado não tinha a menor credibilidade se um dia fosse verdadeiro.

Histórias:
Na volta às aulas a Professora pediu ao meu neto Leo que descrevesse suas férias. –“Fui com meu pai minha mãe e meu irmão para Barcelona de avião e de lá fomos de navio... e descreveu o roteiro. Ao término, toda a turminha gritou “Ô MENTIRA” Ele chorava e não se consolava, pois era a pura verdade comprovada no outro dia com fotos. Veio o carnaval e ao colocarem no ar o Frevo do Galo, ele disse: “Essa é do meu avô” e novamente Ô MENTIRA. Muito choro novamente e no outro dia o LP e o CD para comprovar o dito. Calou todas as bocas. Menino bom!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

HÁBITOS ALIMENTARES


FERNANDO AZEVEDO


Lendo uma vez sobre técnicas de vendas em supermercados soube que os produtos mais caros, os mais tentadores ficam sempre à direita porque a maioria da população é destra. Os produtos infantis sempre em prateleiras mais baixas também à direita e os carrinhos de compras hoje já tem o lugar do pequeno motorista na parte de baixo. Com isso compram os primeiros salgadinhos da vida. Você come frutas, saladas de verduras? Se não come como  fazer desse hábito saudável um exemplo para os filhos? Como querer que eles comam se os pais não dão o exemplo? Alimentação é um hábito, e se mal conduzido traz problemas para mudá-los. Criança não tem dinheiro nem transporte para fazer suas compras, então são os pais e algumas vezes as avós e tios e tias que agradam a criança com coisas que não fazem bem à saúde. Depois vem a engorda, hipertensão e não se imagina porque. Defendemos o leite materno até os seis meses de idade porque nada é melhor do que ele. Pela dieta da mãe o sabor vai variando e o bebê já começa a perceber vários paladares. Depois é só seguir com vegetais como frutas, legumes e verduras, proteínas animais e não comprar refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados etc.  Se comer eventualmente ou não vai gostar ou se gostar fica mesmo no eventualmente que também não faz mal. O mundo luta contra a obesidade que é uma primeira doença de uma série de males associados tais como diabete tipo2, hipertensão arterial, doenças das articulações etc. Dá tempo de mais de rever suas compras e mudar seus hábitos em benefícios da nova geração

ESTÓRIAS INFANTIS

De um leitor anônimo do meu blog.
O filho Carlinhos foi a um casamento judeu e lá para as tantas o rabino começou a orar e cantar e o pirralho assustado pergunta alto à mãe
- Mãe, esse homem é doido ou ainda não aprendeu a falar? 
- Cala a boca menino, fale baixo.
Apurou o ouvido com um gesto de concha e soltou
-Mãe ele ta cantando a música do Rei Leão: ratuna matatat ahhhhheeee.
Não deu pra segurar Carlinhos.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

TATUAGENS DE HENNA (2)


FERNANDO AZEVEDO

Escrevi no blog há uns meses atrás sobre esse assunto. Tive vários casos de queimaduras importantes e cicatrizes queloidianas após tatuagens de Henna.Fiz contato com a Vigilância Sanitária informando, e os casos aconteceram no litoral sul e também em Cabedelo. Agora num jornal na Espanha encontro as explicações. HENNA: CUIDADO COM LOS TATUAJES DE HENNA. Repasso para vocês.
“As tatuagens temporárias não são tão inofensivas quanto parecem". Alguma HENNAS estão adulteradas e podem produzir reações alérgicas na pele como bolhas graves e em alguns casos (poucos) cicatriz depois da cura. Algum doente inclusive tivemos que hospitalizar e tem havidos casos isolados de ingresso em UTI. A razão? Com a globalização os turistas nas praias (inclusive nas piscinas ou férias) de Canárias, Valência, Alicante, Creta Tunis, Marrocos, Austrália, Califórnia, Egito, lsrael e Tailândia. O problema vem porque os usuários não podem ou não querem esperar as horas para a tinta secar e os tatuadores adulteram ilegalmente a henna com uma substância ilegal que reduz o processo a dez minutos. A alergia não aparece até as 24 ou 48 horas e nesse momento o turista já foi embora e os tatuadores contentes. Ante a proliferação desse tipo de problema em nossas costas a AEDV (Academia Espanhola de Dermatologia e Venerologia) decidiu alertar sobre seus perigos do mesmo modo que tem feito a AAD (Academia Americana de Dermatologia) na Austrália e Califórnia. A Agencia Espanhola de Medicamento já avisou sobre essa matéria há Alguma tempo, mas não houve divulgação. Agora que estamos perto das férias ao sol, é o momento de todos em geral e os adolescentes em particular (os melhores clientes desse negócio) tomarem conhecimento que a tatuagem não é uma coisa inócua.
O que é a HENNA Uma planta (Lawsonia inermis) que se utilizava desde a antiguidade para tingir os cabelos das múmias dos egípcios e que se usa hoje, todavia como tintura capilar na cultura hindu e islâmica. Para as tatuagens corporais se emprega o pó da planta misturado com água.Se realiza a distribuição pela pele e tem que deixar a pasta durante l a 4 horas para que se fixe e que se manterá por 2 a 3 semanas.
O que provoca as alergias? A henna natura é segura, mas os tatuado ires a adulteram com parafenilendiamina para secagem rápida pois os turistas não querem deixar de se banhar e carregar suas mochilas.A parafenilendiamina pode produzir reações graves.
Como saber ser está usando uma henna tóxica? Qualquer uma que leve o nome de HENNA NEGRA é.  “Além disso, desconfiar das hennas vermelhas, laranja porque seguramente se adicionaram substâncias.”
MAIS UMA VEZ O AVISO ESTÁ DADO.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

FÉRIAS E VIAGENS

FERNANDO AZEVEDO

Se férias não fossem necessárias não estaria no direito dos trabalhadores, escolares profissionais em geral. Lembro-me de como contava os dias que faltavam para goza-las no meu tempo de colégio. É necessário um período de repouso, de reflexão, para se retomar o caminho ou mesmo mudar de caminho, quem sabe. Como gozar as férias? Livre arbítrio. Estabeleceu-se que viagem é fundamental e talvez a primeira pergunta que se faça seja essa: Vai para onde nas férias? Eu sou do time dos que não vivem fazendo mala. Há um ano é que conheci a Europa, portanto não estou mentindo, e isso graças a um querido casal amigo, Fátima e Carlos Alberto que conhecem todos os continentes todos os países, todos os estados e não se conformavam com minha ignorância transoceânica. Só tenho a agradecer-lhes, mas Carlos Alberto que é meu colega de turma é quem providencia tudo, organizando desde roteiro a entrega em minha casa da moeda do país. A depender de mim não vou nem na agência. Estar em Paris, Lisboa, Madri, Barcelona e outros lugares é ótimo, mas chegar la é desanimador. Minhas pernas não cabem no avião, ficar 7 horas sentado, andar quilômetros de chão de aeroporto não me estimulam, mas se ele chamar eu vou de novo, pois não posso deixar de referir o prazer de estar com eles onde me puserem. Tenho família no Rio e em São Paulo. La eu posso adoecer, posso perder minha carteira (como perdi em Lisboa e que me foi restituída intacta pela policia) sem stress e não precisar de passaporte que fica permanentemente com minha esposa, pois na minha mão não merece confiança. No Brasil Márcia pode cair à vontade que se quebrar algum osso se conserta falando a mesma língua e logo voltaremos para casa, mas é diferente se cair no Porto onde graças a nossa experiência, eu puxei e Carlos Alberto colocou um dedo com luxação no seu devido lugar. Não tenho medo de dizer que tenho medo. Minha cidade, meu país é meu lugar. Minha casa me pertence, meu quarto é o meu quarto. Como me classificar: obtuso, ignorante, mente estreita, provinciano, matuto. Com qualquer adjetivo me sinto feliz. Vamos voltar ao trabalho.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

CHACINAS

CHACINAS

FERNANDO AZEVEDO

É chocante, assombroso, aterrorizador o cenário visto e lido sobre a chacina que aconteceu no cinema dos estados Unidos onde pessoas inocentes e em busca de diversão, assistiriam a estreia do filme de Batman nosso herói de décadas.
Michael Keep é um jornalista americano radicado no Brasil há 29 anos e faz uma observação para que reflitamos sobre o tema. “É uma sociedade altamente competitiva e individualista, com pouco sentimento de comunidade. Cerca de 25% dos americanos vivem sós. Não surpreende que as chacinas, incluindo a de ontem no Colorado, sejam quase sempre cometidas por homens brancos, de classe nédia, o segmento mais pressionado a ter sucesso e o que tem menor senso de comunidade”.
Precisamos refletir sobre esse tema. Em primeiro lugar sobre o desarmamento. O ter armas de fogo em casa é um convite para um dia usá-las. Uma pessoa intempestiva em um acesso de fúria, de descontrole emocional vai buscá-la na gaveta.  Esse jovem comprou legalmente como se faz nos Estados Unidos essas armas criminosas. Aqui no Brasil o atirador que em São Paulo matou três pessoas num cinema do shopping era um estudante de Medicina fanático da internet, de alta classe média do mesmo perfil do atirador americano. Recentemente também na Europa tivemos um serial killer de alto poder aquisitivo e intelectual.
O que assusta é que nos sentimos muito mais confiantes e protegidos quando estamos em grupo que sozinhos. A lógica está se invertendo, pois os psicopatas preferem justamente o coletivo para seu alvo.
Pais, colégios, sociedade como um todo tem que ficar atentos a esse tema. Continuo como Pediatra preocupado (e já escrevi varias vezes sobre o tema) com a cobrança excessiva de resultados, de garantia do futuro, de sucesso profissional. O psiquismo se altera quando os resultados não são o esperado e consequentemente a isso, muita infelicidade e revolta pode surgir.

terça-feira, 17 de julho de 2012

POSIÇÕES RADICAIS EM MEDICINA: Alopatia X Homeopatia

FERNANDO AZEVEDO

Há alguns anos atrás, uma avó que era senhora de engenho em Nazaré da Mata, perguntou-me: - Como é que o senhor trata asma? E naquele tempo os xaropes tinham muitos efeitos colaterais, usava-se adrenalina subcutânea, aminofilina, todas as drogas ruins, realmente uma droga. E ela me perguntou se conhecia CORONA BRANCA.  Até que já sabia da existência já que gosto de plantas, mas nada em relação à asma. Ela então ensinou-me  a colocar no quarto da criança, na mesa de cabeceira, um jarrinho com a corona. Como não sou radical em medicina, escolhi a dedo um paciente com o que se chama hoje asma grave. Houve realmente uma diminuição importante no número e intensidade das crises. Coincidentemente o pai era e é um grande professor de química e ele analisou a planta no Instituto de antibióticos e concluiu que ela exala um gás e ai estava a possibilidade da obtenção da melhora. Comecei a plantar corona no consultório e dava as mudas aos clientes e fiz isso por muito tempo. Como essas coisas se espalham lá vinham os comentários desfavoráveis e me senti como um curandeiro mal falado. Num colégio importante daqui um padre vendia um óleo de boto, coisa que sempre desaconselhei, pois não sabia que boto era esse. Vem a homeopatia e a briguinha se vale a pena ou não. Ora, uma ciência milenar como é a homeopatia não pode se desacreditada e às vezes se consegue excelentes resultados. Hoje realmente na alopatia a coisa mudou muito. Temos excelentes drogas, com raríssimos efeitos colaterais e conseguimos ótimos resultados também. Acho que todas as tentativas devem ser levadas em consideração menos o óleo do boto e similares que ninguém sabe o que é. Quando dava plantão em emergências do estado, até suspensões com querosene as mães davam. Então nada de radicalismo e podemos usar vários métodos. A aprendizagem de instrumentos de sopro é excelente para o trabalho pulmonar, a fisioterapia é extraordinária e o Pilates também. Esportes em geral e a natação em particular devem se associar ao tratamento e assim juntos vamos trabalhando sem pretensões de estar com a verdade e a vaidade de ter resultados fantásticos com seu método.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A VANTAGEM DA FIMOSE


FERNANDO AZEVEDO

Começamos a vida levando vantagem quando somos meninos.  Na época das fraldas com a uretra mais longa e protegida pela fimose a possibilidade de infecções urinárias é menor pela cobertura da pele. As meninas ficam mais vulneráveis. O meato da uretra é exposto. Aí vem a questão da higiene, de “fazer exercícios” para reduzir a fimose e coisas do tempo do ronca que não se faz mais. Cirurgia de fimose só por religião, como nos judeus. Normalmente com o crescimento do pênis em ritmo maior que o da pele, sobretudo na adolescência a cirurgia é desnecessária. Lógico que existem sempre as exceções. Menino às vezes tem infecções no prepúcio que são dolorosas e após tratarmos a infecção muitas vezes é indicada a cirurgia. Algumas vezes a abertura do prepúcio é muito estreita e não permite expor a glande e vai por aí. Hoje em dia temos pomadas que usadas diariamente por certo tempo, descolam completamente a pele da glande, desfazendo a aderência, e permitindo a exposição completa. Devemos fazer isso quando a criança já largou as fraldas e está na fase da cueca. Por que operar crianças, expor a riscos, dor, se pode resolver de outra forma. Câncer de pênis? Nem pensar. A doença existe em outras situações de falta de higiene e promiscuidade sexual.  Vou acompanhando e esperando com calma a resolução. Se na adolescência ainda existir alguma aderência lembro sempre do poema de Carlos Pena Filho RETRATO BREVE DO ADOLESCENTE:
Um dia a chuva imprevista /Que às vezes sai do verão/Dormiu sobre seu telhado/ Mostrou-lhe a imaginação/Tempo em que foi visitado/ Seu humilde coração/ Por Isa, Rosa e uma vaga Maria da Conceição/ E aquele mais do que nunca/ Herói do sonhar em vão/ Foi dormir com todas elas/ Nas curvas da própria mão.
Está assim feita a cirurgia.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

NENHUMA SAUDADE DAS BOTAS

FERNANDO AZEVEDO


Quando comecei minha vida de Pediatra e ao mesmo tempo de pai, não havia criança que não usasse bota ortopédica, um verdadeiro martírio, sobretudo com nosso clima quente. A “coisa” (existem outras) já começava quando a criança começava a andar e a posição dos pés e pernas com desvios anatômicos normais chamavam a atenção e lá ia para consulta ortopédica e orientação para usar as famigeradas botas. Os meus filhos defendi, mas não consegui convencer a maioria dos clientes que insistiam no uso  respaldadas pelo especialista. Acontece que o bebê nasce “cangalha” depois fica “zambeta” e lá para os seis anos é que as pernas ficam retas. Se não ficar não foi por falta das botas e sim por herança familiar, os biótipos se repetem. A alteração ortopédica mais frequente é o pé torto congênito, de fácil diagnóstico, hoje já percebido nas ultrasonografias. Correção começa precocemente com botas gessadas, às vezes são necessárias cirurgias, mas a evolução é sempre boa. Outro mito é que colocar o bebê de pé quando ele está por ai pelos cinco meses, entorta as pernas e também não colocar sentado que entorta a coluna. Tudo besteira e essas posições devem ser estimuladas. Bebês de poucos meses devem quando acordados passar uns minutos de bruços (antes de alimentar) para que se movimentem, fortaleçam a musculatura das costas, enfim faça sua academia. Quando chorar, estiver cansado, volta à posição normal, colo etc. As alterações mais comuns são os desvios da coluna vertebral no estirão final na adolescência. São comuns escolioses, mas se percebidas precocemente a fisioterapia, RPG etc. resolvem muito bem, evitando o desconforto de coletes e possibilidades de cirurgias. Nessa fase devemos ficar mais atentos e muitas vezes a mãe descobre pelas roupas que caem mais para um lado. Outra coisa também não valorizada mais é o pé chato. Um trabalho muito interessante é o de palmilhas corretivas para serem colocadas nos sapatos, quando se nota um pisar errado, desgaste do calçado em um lado e mesmo dor. Andar descalço, uma delícia que ainda hoje conservo. Xô de uma vez bota.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

AS DORES DE CRESCIMENTO


FERNANDO AZEVEDO

Um fato muito comum é a chamada “dor de crescimento”. Ela tem uma característica importante: acontece de noite, atingem as coxas e batata das pernas, a intensidade é variável podendo a criança chorar de dor mesmo. Massagens, analgésicos, aliviam, a criança dorme e no outro dia está ótima pronta para qualquer parada.
Não confunda com dor nas pernas diurnas, associado a cansaço, às vezes febre baixa, desânimo, e que vai doer no outro dia também. Essas crianças devem ser examinadas e são necessários exames porque muitas vezes com esses sintomas leves pode estar atrás uma doença grave como uma leucemia.
São comuns também dores em calcanhar, joelhos e nas crianças que praticam esportes com mais intensidade podem até prejudicar a participação. Essas também devem ser analisadas por pediatras, ortopedistas, fisioterapeutas no intento de corrigir alguma coisa e melhorar o quadro.
A coluna vertebral também pode apresentar problemas, sobretudo na adolescência e mais naqueles que praticam esportes de impacto. Os exames de imagem hoje em dia são excelentes para um diagnostico correto.
Valorize esses sintomas e não chame de “dor de crescimento” qualquer dor que a criança tenha nos membros inferiores.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

CRIANÇA, PROFISSÃO: BRINCAR.

FERNANDO AZEVEDO
Li um maravilhoso artigo na Folha de São Paulo, NA PRESSA E NA PRESSÃO, escrito por Rosely Sayão (psicóloga) que afirma tudo que escrevo e que falo sobre essa neurotização familiar e escolar de adultizar uma criança. Querer que aprenda a ler e escrever precocemente, que tenha atividades educacionais permanentes para “prepará-la para a vida” como já chegou a dizer uma mãe ao tentar matrícula em uma escola. Criança não tem nada a fazer a não ser brincar o dia inteiro. Lógico que os pais devem ler para elas, contar histórias, cantar, colocar músicas boas para que não eduque seus ouvidos com música de baixa qualidade, conviver, passear, esquecer esse massacre cultural, para orgulhosamente comparar o filho de 4 anos que já sabe escrever alguma besteira com outro analfabeto. A criança que é pressionada muitas vezes detesta no futuro, ler, estudar e cumprir obrigações. Torna-se triste ou já nasce triste. Não gosto de me posicionar como exemplo de nada, mas represento uma geração digamos que teve sucesso na vida. Convivo com gente alegre e risonha. Fomos para a escola com seis anos. Aprendemos rapidamente a ler e escrever, pois a “maturidade da idade” facilita. Nada nos preocupava. Quando se ia apara a escola estávamos ávidos para conhecê-la e não se via menino chorando agarrado com a mãe não querendo entrar. Já estávamos maduros. Depois da escola primária, vinha o ginasial, outra época deliciosa na pré-adolescência e adolescência, também sem pressa e sem pressão. Começávamos a conviver com as organizações sociais da gazeta escolar, com seus chefes e subchefes que ditavam o destino. Jogar futebol em Boa Viagem era ótimo, melhor que saber quantos metros tinha o Everest e resolver o teorema de Pitágoras.  Em frente da igreja de Boa Viagem na pracinha, alugava-se calção de banho e lá deixávamos nossas roupas e livros. Lá pra 10h30min já tínhamos feito tudo, pegávamos o bonde ou ônibus e voltávamos tranquilamente para casa.A mãe de um dos nossos, desconfiou da vermelhidão dele e lambeu a orelha. Era sal puro. Haja porrada e muitas risadas dos não lambidos. Outra gazeta boa era Dois Irmãos. Apreciávamos a natureza, aprendíamos a remar nos barcos no lindo lago que havia, não o de hoje lamentavelmente quase seco. Olhávamos os bichos, apreciávamos nossa fauna e se encontrássemos gazeteiras (também havia gazeta feminina) preferíamos explorar a flora, caminhando pela mata e observando as folhas secas do chão. Muito melhor que saber por que Napoleão perdeu a guerra. Se o colégio não oferecia esses prazeres e vivências nós fazíamos a nossa produção independente.  Depois vinha o científico ou o clássico e as tendências se estabelecendo “sem pressa e sem pressão” e sem perceber já estávamos na universidade. Quando a “inexorável” me levar, vou pensar que ainda sou tão criança nos meus 72 anos. Que pena!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O QUE FAZ UMA CRIANÇA FELIZ?


FERNANDO AZEVEDO

A Sociedade Brasileira de Pediatria e o Instituto Datafolha fizeram uma pesquisa envolvendo 1.525 crianças de 4 a 10 anos. O objetivo foi CONHECER MAIS PROFUNDAMENTE OS DESESJOS E NECESSIDADES DO PACIENTE PEDIÁTRICO.
A frase O QUE GOSTA MAIS DE FAZER QUANDO NÃO ESTÁ NA ESCOLA? Cartão com carinhas de tristeza, alegria e muita alegria foram distribuídos e as crianças respondiam na frente do pesquisador.
MUITO ALEGRE E ALEGRE – Dia do aniversário (96%) praticar esportes (94%), brincar com amigos (92%), férias escolares (91%), assistir TV 90%
MUITO TRISTE E TRISTE – Ficar longe da família (71%)
 O que faz a criança feliz não é o brinquedo, é brincar e conviver com a família e amigos. Ela não é consumista
Preferem a TV quando estão sozinhas. Entre as brincadeiras estão em percentuais decrescentes brincadeiras  de rua, bicicleta, casinha, boneca, esconde esconde. Estudar 4%.
Prestem atenção a essa pesquisa e apliquem. As crianças precisam brincar.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A HUMANIZAÇÃO DA CRIANÇA


FERNANDO AZEVEDO

Fiz um curso primário pra lá de excelente. A educadora Eulália Fonseca (Lalu) com o seu avançado Instituto Recife na Rua 48- Espinheiro- estava décadas na frente de outros estabelecimentos. Além dos aprendizados obrigatórios tínhamos aulas de música, eu cantava no orfeon, sabíamos todos os hinos e cantávamos nas solenidades, aprendíamos artes plásticas e trabalhos manuais para apresentação num evento anual, tínhamos um grêmio com presidente secretário etc., aprendíamos a redigir uma ata, passar telegrama, escrever carta, requerimentos, descrever paisagens em quadros para testar a sensibilidade de cada um, plantávamos feijão em algodões molhados para vê-lo brotar, inesquecíveis visitas a indústrias como a Fratelli Vita e a fábrica Pilar e uma série de outras coisas que nos fazia participar da sociedade. Não esqueço minha vida de colégio primário. Depois um desastre que continuo a ver até hoje através de filhos e netos onde a competição e a decoreba estão acima de tudo para a preparação para o vestibular. Mas existem ainda trabalhos excelentes que vocês pais devem saber, apoiá-los e entenderem que isso faz um bem enorme na formação de uma criança. A arte seja ela qual for deve ser mostrada continuamente e cada um escolhe a que mais se identificar. Conheçam EUNICE VAZ CURADO e a sua OFICINA DE JARDINAGEM e vejam que belo depoimento.

“Minha profissão: minha arte, meu dom.

Todas as decisões que tomamos têm implicações na vida, envolvendo algum tipo de risco. Na vida profissional ou social, as decisões que tomamos é que determinam o sucesso ou fracasso, ganho ou pela, vitória ou derrota. Fui professora de educação infantil e sabia que essa era a minha vocação ou melhor, é. Na época que decidi deixar as salas de aulas por vários momentos passou pela minha cabeça que estava tomando uma decisão precipitada, mas resolvi arriscar. Comecei a afazer o curso de paisagismo no centro de estudos paisagísticos do Recife , CEPA. Naquelas aulas aprendi sobre projetos e a arte da jardinagem. No começo não foi fácil, agora é que estou começando a colher os frutos da minha plantação. Certo dia resolvi levar uma filha de minha amiga a uma oficina de arte e aquele local me agradou muito. Voltei para casa e fiquei pensando o que poderia construir naquele ambiente, pois a criatividade é algo que não pode faltar, estou sempre criando, e o que fazia falta naquele momento era trabalhar com o público infantil. E por que não trabalhar? Reservar algumas horas e um dia da semana das crianças eu sabia que estava faltando a motivação que encontrei naquele espaço verde e o meu jardim seria das crianças. Resolvi dar uma vez na semana, oficina de jardinagem para crianças, conscientizando desde cedo sobre a importância da preservação do meio ambiente. Ter a criança como um agente multiplicador dos conceitos de responsabilidade social e ambiental através das oficinas. A primeira oficina trouxe um retorno imediato, não esperava uma resposta tão rápida. Hoje sou solicitada para dar aulas em vários locais e tento conciliar sempre que posso, pois me sinto realizada e tenho muitos outros projetos em mente. A minha motivação vem de uma frase da música de Gonzaguinha: “Eu fico com a pureza das respostas das crianças. É a vida” Minha motivação para continuar fazendo esse trabalho que só tem dado alegria e satisfação” 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

UM PASSEIO A DOIS IRMÃOS



FERNANDO AZEVEDO

Há muitas décadas sem ir por lá, peguei os netos de cinco e dois anos para uma manhã divertida, já que pela minha vida de muito trabalho (felizmente) e a vida de executivo dos pimpolhos com múltiplas atividades impede uma convivência maior. Em breve moraremos a 4 andares de diferença e espero recuperar o tempo.  E fomos para Dois Irmãos, local belíssimo de restos de mata atlântica e la começaram as dificuldades. A longa caminhada sobre paralelepípedos o que impede um cadeirante frequentá-lo ou  de se usar um carrinho para transportar a criança. Preço da entrada: 2 reais. Accessível a qualquer bolso, mas se o parque precisa dessa arrecadação para a sua manutenção é muito pouco. Deu-me pena ver o açude onde tanto remei em barcos que se alugava na minha juventude. Nenhuma recreação, nenhuma lanchonete agradável. Felizmente comprei água no camelô da entrada e por falar nisso que camelozada desorganizada. Nada contra, mas poderia haver barracas padronizadas ou lojinhas dentro do parque onde as crianças pudessem comprar alguma coisa de lembrança. Na volta elas estavam exaustas e pedindo colo. Muito justo. Será que não poderia ter um desses trenzinhos circulando? E o ciclismo tão em moda que poderia ser um convite para uma boa pedalada num local lindo! Depois fui almoçar e por brincadeira disse: - Vamos voltar pro zoológico? E o pirralho de dois anos: - De novo? Não Bernardo, não da pra voltar. Vocês jovens casais que precisam muito desses espaços para crianças pequenas organizem-se pelas redes sociais numa espécie de "OCUPE DOIS IRMÃOS” e exijam dos governantes mudanças na estrutura para que possam  ter um fim de semana alegre e confortável num local lindo e educativo. Convidem prefeito, governador, secretários de meio ambiente e saúde, façam um estardalhaço pela imprensa e usem a poesia de Carlos Pena Filho. “É dos sonhos dos homens que uma cidade se inventa”. Belo slogan para o movimento. Contem com a Sociedade de Pediatria de Pernambuco que tenho certeza que se engajará. Contem com as escolas. Somando forças  seremos gigantes nas reinvidicações sociais.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

NA MINHA MÃO...



FERNANDO AZEVEDO

Como já escrevi aqui no blog, minha babá Zefa ainda existe com seus 92 anos e lúcida. Quando a visito ( e vivo pedindo perdão por não fazer muitas vezes) damos gargalhadas lembrando os fatos da nossa convivência, as molecagens que fazíamos nós crianças com a permissão e conivência dela. Na adolescência falava em inglês com ela e ela respondia tudo em português. Era engraçadíssimo. As Zefas acabaram. As babás são da pior qualidade e quando existem as boas, que ainda existem, criam vínculos tão fortes da criança com elas que causam ciúmes na mãe e que a demite, trazendo um problemão para a cabecinha dos pequenos. O sentimento de perda é enorme. Cada babá demitida é uma readaptação a ser encarada e agora surge a figura da folguista que é como jogador de futebol que entra faltando 1 minuto para o fim do jogo. Nenhuma responsabilidade com o resultado. Elas trabalham justo nos sábados ou domingos que é quando os pais tem que assumir pra valer. Essa história do “o que vale é a qualidade do tempo dedicado” é mentira, conversa para enganar besta. O que vale é a quantidade e lógico associada à qualidade. Atendi hoje (15.5.12) uma criança sem a mãe (o que é raríssimo diga-se) e só com a babá.
-O que é que há com João
-Diarreia.
Quantas vezes ele fez cocô?
- Na minha mão só uma.
E na mão dos outros, quem são os outros que eu não sei.
Não dá pra ter filho sem assumir e hoje a quantidade de métodos anticoncepcionais são muitos e gratuito. Não da pra fazer criança e deixar na mão de ninguém.